MAMÃE, de Paulo Narley

Mamãe, eu cometi um crime

Não há volta

A estrada está fechada

Sinto que estou preso

 

Ah, mamãe, como eu queria não ter nascido

Me leve de volta, me leve de volta ao seu ventre

Esse mundo é tão cruel

Eles querem cinza, o céu…

 

Mamãe, não chore

Suas lágrimas fazem doer mais

Eu cometi um crime, mereço punição

É tão impuro meu coração

 

Às vezes, eu sinto meus pés saírem do chão

Mamãe, onde está seu colo?

Sua proteção…

O mundo é cruel, eu sei, mas devo seguir

 

Ah, amor da minha vida

Mil vidas eu daria a ti

Nós cometemos um crime

É o que eles dizem

 

Seguiremos lado a lado…

De mãos dadas frente à guerra

Somos tão jovens

Também é nossa essa terra

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