Paisagem, de Francisco Miguel de Moura

“Toda paisagem tem um ar de sonho”.

Dante Milano

Mal os braços se abrem

a paisagem me come

o coração – corcel dos nervos.

Bebida em haustos

a vida bate,

enverdece o sol,

amarela os frutos – esperança.

E a saudade em chuva e orvalho

não cai roxa.

O tempo não avança.

Minhas lanternas corporais

são meninas vadias,

e os ouvidos ouvem pássaros,

mistérios, eflúvios,

arrepiando os tentáculos.

A alma que voava

me pousou

na beira de outro sonho.

 
 

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