A retratista de mulheres, Ilzy Sousa

Foto: Augusto Silva

A fotógrafa e retratista Ilzy Sousa é natural de São João dos Patos, mas radicada em Teresina há mais de oito anos. Ela é formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela UFPI. A experiência na graduação permitiu que ela fizesse um intercâmbio na Universidade de Coimbra – Portugal. Além disso, a fotógrafa trabalha como coordenadora de comunicação da Égide Comunicação e Marketing. Ilzy Sousa também tem experiência ministrando cursos independentes de retratos femininos e de fotografia com o celular. Ela também é escritora e tem um vasto material publicado no blog “Uma epifania”, no qual escreve sobre diversos temas, transitando entre contos, resenhas e crônicas. A retratista de mulheres não se fixa numa só linguagem, pois gosta da liberdade artística.

Foto: Augusto Silva

“O meu retrato é sobre intimidade, sabe o começo da amizade? Acho que o momento do meu clique é aquele do prazer de descobrir outra pessoa.” Ilzy Sousa

Nome Completo: Ilzy Santos de Sousa

Descrição: Fotógrafa, retratista e jornalista

Data de Nascimento: 07/06/ 1993

Local de Nascimento: São João dos patos-MA

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

Foto: Augusto Silva

Os primeiros tons de azul

Ilzy Sousa cresceu imersa nas leituras, por isso, ela mergulhava nas páginas dos gibis, e a ânsia pelas histórias era tanta que a menina chegou a ler todas as revistinhas da biblioteca da escola. Posteriormente, essa curiosidade a direcionou para os livros. Por volta dos doze anos de idade, Ilzy começou a explorar as possibilidades da fotografia, usou e abusou da câmera da sua mãe, que decidiu presentear a filha com o equipamento, uma máquina fotográfica só sua. A menina recebia um filme por mês e tinha cerca de trinta e duas poses para fotografar. O contato com a fotografia foi intenso, mas não durou muito tempo; depois disso, ela passou a acompanhar fotografia, mas sem fotografar. Segundo Ilzy Sousa, tanto a arte quanto a fotografia chegam como ondas, cada uma no seu tempo, sem pressa. E foi por respeitar esses momentos que ela se permitiu vivenciar outras experiências antes de retornar para a fotografia.

O azul não cabe na alma

A leitura sempre foi algo presente na vida da Ilzy Sousa. Desde a infância, as letras serviram como um lugar de refúgio, de lazer e de inspiração. Por volta dos doze anos, quando a aspirante a fotógrafa deixou a câmera de lado, passou a preencher a sua alma criativa com a escrita. Nesse hiato da criação de fotografias, Ilzy Sousa seguiu os conselhos da mãe e resolveu traduzir em palavras tudo que não cabia dentro de si. Foi quando passou a investir mais na criação dos contos e crônicas, fazendo da escrita também uma terapia. Toda essa produção ficou guardada, até que um dia, durante uma atividade escolar na qual os alunos deveriam escrever dissertações, Ilzy resolveu não seguir as regras e escreveu um conto. A rebeldia fez com que a aluna ganhasse um zero, contudo, os colegas de classe gostaram tanto da escrita de Ilzy que pediram para compartilharem o conto com outras pessoas. Foi então que surgiu o blog “Uma Epifania”, dessa necessidade de compartilhar com os amigos e expurgar toda a criatividade armazenada na mente dessa criadora. Ilzy Sousa conta que teve ano em que chegou a criar setenta contos, mesmo estudando para o vestibular, tamanha foi sua produção. “Não consigo produzir na alegria. Pra mim, a arte vem da tristeza, mas não que a arte seja triste, mas a alegria não me impele a escrever”, crava Ilzy Sousa.

Pigmentos de azul

Como toda grande onda de criatividade, a de Ilzy Sousa mudou de direção, e a criatividade condensada na escrita foi deixada de lado para dar espaço novamente para a fotografia. Foi então que a escrita da artista ganhou um novo tom de azul, passou a concentrar mais conteúdo em uma única frase. Ou seja, Ilzy Sousa começa a se dedicar mais às criações de frases e aproveita a inspiração para criar o instagram “Uma Epifania”, com uma estrutura bem organizada, que continha duas colunas para frases e uma coluna para fotografias. “Eu acho que uma frase atinge muito mais rápido uma pessoa do que um conto”, diz Ilzy Sousa. Ela comenta como a sua escrita foi inspirada em fotografias. Já as suas fotos, eram produtos do surto de criatividade que se materializava no formato da imagem. Por isso, foi nesse momento que Ilzy sentiu de novo a necessidade de fotografar, de contar histórias dentro de fotos.

“Você tem um clique para resumir o mundo e, às vezes, você tem que calar tudo que você tem dentro de você com um clique.” Ilzy Sousa

Foto: Augusto Silva

O azul está no olhar

O curso de Jornalismo fez com que Ilzy Sousa entrasse novamente em contato com a fotografia, não apenas como apreciadora, mas produzindo as suas próprias fotos, pois ela frequentou uma disciplina de fotografia. Posteriormente, a estudante quis passar pela experiência de um intercâmbio e foi morar em Portugal, onde estudou na Universidade de Coimbra. “A gente só vê beleza nas nossas coisas quando saímos do nosso cenário. E morar em Portugal abriu muito a minha mente porque eu conheci diversas cidades da Europa”, pontua Ilzy Sousa. Durante esse período, Ilzy foi redescobrindo a paixão pela fotografia e se desafiou a tirar fotos diariamente, durante cem dias. A partir disso, ela se disciplinou a vivenciar a fotografia a todo momento e descobriu ângulos, formas e técnicas diferentes. A praticidade do celular fez com que grande parte das fotos tiradas em viagens fossem do celular, e ela destaca que a foto que mais a emociona foi tirada do seu celular. Ilzy Sousa defende a importância de o fotógrafo treinar o seu olhar, mais que o equipamento utilizado para capturar o momento, pois a técnica e o equipamento podem aproximar o fotógrafo daquilo que ele quer transmitir, mas não determinará a qualidade da mensagem. “O meu retrato é sobre intimidade, sabe o começo da amizade. Acho que o momento do meu clique é aquele do prazer de descobrir outra pessoa.”

O azul e a intimidade do retrato

Ilzy Sousa começou com o autorretrato, passando pelo registro de paisagens, pela foto publicitária, até chegar nos retratos. Segundo a fotógrafa, o papel do retratista é mostrar o ângulo que mais valoriza a pessoa. Ilzy descobriu que uma das suas paixões é fotografar mulheres, pois a fotografia é um diálogo e, nessa conversa entre retratista e modelo, ela acaba imprimindo muito de si nas mulheres retratadas. A fotógrafa, amante de cafés, de Caio Fernando Abreu e apaixonada pela cor azul, acredita que fotografar é criar um vínculo, construir uma amizade. Suas fotos são sempre bem estudadas, planejadas, embora haja sempre espaço para a improvisação. A fotógrafa, que faz retratos há mais ou menos um ano, está conquistando cada vez mais espaço no cenário da fotografia. E Ilzy afirma que toda essa fluidez presente em si acaba influenciando a sua fotografia, que é livre e dinâmica. “A fotografia é geral porque ela tem a capacidade de falar todas as línguas, mas ela é sempre única porque o que está por trás da fotografia, a intenção da fotografia, é sempre do autor da foto.”

Contatos

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Fotos

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Outras fontes

http://sucessopedemais.com/ilzy-sousa-vale-a-pena-seguir/

Última atualização: 27/11/2018

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