A experiência dos alunos de Artes Visuais na exposição “Corpo_Território_Memória”

A exposição “Corpo_Território_Memória” reuniu os trabalhos dos artistas Cronos, Davi Marques, Jhon, José Alberto, Martins Filho, Radson Lima, Ruan Silva e Capivara Flávio que são estudantes do curso de Licenciatura em Artes Visuais, da Universidade Federal do Piauí. Ela foi resultado da disciplina “Poéticas Visuais”, ministrada pela artista visual e professora Luciana Leite, que também mediou encontros para além da sala de aula. Os encontros que aconteceram entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020 gestou a exposição que já na abertura ultrapassou as expectativas dos próprios alunos, com um público superior a cem pessoas. A exposição ficou entre os dias 03 e 06 de março na Galeria Liz Medeiros, localizada no CCE, na UFPI, mas já recebeu convites para outros espaços.

“A gente veio com a ideia de pesquisar o nosso corpo como território e a partir desse território o que ficou nesse corpo e nessa trajetória de memórias. Então chegamos ao tema memória e todas as obras foram partes de uma experiência que teve a participação de pessoas que pesquisam esse assunto. E a partir desse diálogo nós construímos essas memórias e transformamos na exposição.” Ruan Silva

O estudante, artista visual e bailarino continua contando que a experiência foi um momento para refletir sobre como o corpo é atravessado pelas memórias e que ele é o nosso território, um território que resiste às intempéries do mundo. Para Ruan, a disciplina também ajudou a perceber como alguns temas são tratados com falta de cuidado, pois o tempo que constrói lembranças, muitas vezes, é visto pela sociedade ocidental como um elemento de desgastes e declínio físico, contudo, é o principal elemento agregador de recordações.

Por isso, segundo o artista, a exposição serve para mostrar que nos tornamos um museu de informações e histórias que serão narradas de diversas formas por cada pessoa. O ambiente da exposição foi organizado para despertar lembranças que, geralmente, a rotina do dia a dia camufla e os alunos constroem uma dinâmica que usa todos os sentidos para criar essa empatia com o espectador-participante.

A exposição, para Ruan, foi uma experiência positiva não só pelas informações apreendidas, mas pela possibilidade de dialogar com a cidade. E, segundo o artista, os resultados dessa experiência, apresentados à Academia, geraram outros convites e a ideia é não parar de pesquisar.

“Corpo_Território_Memória” foi a primeira exposição da qual Martins Filho participou como expositor, produtor e organizador, por isso, para o estudante de artes visuais e técnico em dança, o processo foi instigante e exigiu dos alunos uma imersão. A disciplina que precedeu a exposição o ajudou a conhecer outras realidades, pois foi um exercício que permitiu diálogos tanto com outros profissionais quanto com outros espaços citadinos. A própria construção das obras da exposição demonstra que um processo de criação elaborado por meio do compartilhamento das memórias dos artistas.

“O que mais tem me sensibilizado é ver os desabafos nos trabalhos. Isso reforça mais ainda que a arte tem esse campo de ajudar a curar a alma da gente a partir dos sentimentos que temos guardados. Então tem me sensibilizado bastante ver como as pessoas estão encontrando formas de desabafar através de obras da gente.” Martins Filho

 

Todas as caricaturas da exposição foram desenhadas pelo artista visual e graduando de Artes Visuais Johnatan Araújo, que frisa como foi importante experienciar um ambiente cujo personagem principal é a memória. A partir das afetividades construídas ao longo da vida, ele resgata desse pretérito que o nutre a inspiração para a construção da sua obra. O trabalho sobre memória é, para o artista, uma forma de dilatar a ideia de educação e enxergá-la como um conhecimento multidisciplinar e holístico. Por isso, a exposição também irá reverberar na construção de educadores mais sensíveis e conscientes do seu lugar na sociedade.

 

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