Chico Vinícius: do teatro à palhaçaria

O ator e palhace Francisco Vinicius de Freitas Pereira, mais conhecido como Chico Vinícius é natural de Pedreiras-MA, mas mudou-se para Teresina com dois anos de idade (em 1989), local onde viveu até os 20 anos de idade, posteriormente ele muda-se para São Paulo, local que reside atualmente. Chico é formado em Licenciatura em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pela FPA – Faculdade Paulista de Artes (2008-2011) além disso estudou com Cida Almeida, Sofia Papo, Jesser de Souza, Julieta Paredes, Payaso Chacovachi, Palhaço Biribinha, Bete Dorgam, Yara Sbano, Alessandro Azevedo, Luis Louis, Nadja Turenko, Erickson de Almeida, Caco Mattos, Tereza Gontijo, Fernando Yamamoto, Paula Queiroz, Suzana Aragão, Dani Biancardi, Carolina Gonzalez, Lucia Romano, Alexandre Mate, José Fernando de Azevedo, Luciene Guedes, Janaina Leite, Eduardo Okamoto, Fernando Vieira, Eraldo Maia e Wanden Lima
Como interprete, Chico participou do Curta Metragem “Corre bichinha” de Edinho Costa (2020); das peças (Nossas) Vidas Secas ou somos todos estrangeiros? Cia de Desinventos (2014), A Irresistível Ascensão de Arturo Ui direção de José Fernando de Azevedo (2013), Secante, com a Cia. Teatro Renascer, direção Wanden Lima.(2006). Como Palhace Chicote dos espetáculos: Jujuba la Luchadora x Chicote La Muerte” e “MONASCICLOS” com a dupla Jujuba e Chicote, direção de Cida Almeida; CATAPPUM! direção de Mafalda Pequenino, Dramaturgia com parceria de Fagner Saraiva. (2019); Cabaré das Pílulas Cômicas direção Caco Mattos (2019). Chico Vinícius tem uma vasta experiência que dialoga inclusive com outros seguimentos artísticos, mas sempre interligada com a comedia física e a cultura popular.

 

 

“Rir é revolucionário num mundo triste” Chico Vinícius

Nome Completo: Francisco Vinicius de Freitas Pereira

Descrição: intérprete e palhaçe

Data de Nascimento: 28/01/87

Local de Nascimento: Pedreiras – MA – Maranhão.

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

 

Conhecendo o vasto universo das artes

Chico Vinícius, desde criança, foi um apaixonado pela representação, e o seu principal meio de consumo para isso eram as telenovelas. Dessa forma, ele cresceu brincando de imitar as cenas e reproduzir aquilo que via. Essas brincadeiras tinham como cúmplice a prima, ambos criavam cenários para desenvolver as cenas e Chico já demonstrava o seu desejo pela criação. O ambiente escolar foi outro espaço que contribuiu muito para o incentivo às artes, Chico estudou na Unidade Escolar Fontes Ibiapina e conta que começou a escrever nas aulas de Literatura e trabalhou pintura na aula de Artes visuais. Lá, ele e os colegas eram instigados pelas professoras das disciplinas. Chico Vinícius, desde as suas primeiras apresentações para o público, teve que trabalhar timidez e gagueira nervosa, ele enfrentou essas barreiras com a paixão pelo teatro.

 

 

Do surgimento do Renascer

Ainda na adolescência, entre treze e catorze anos de idade, Chico Vinícius ingressou no grupo de jovens da Igreja do Renascença I (periferia sudeste de Teresina) e foi lá que ele começou a entrar em contato com atividades artísticas concomitantemente com as atividades artísticas escolares. E um dos amigos do Grupo de Jovens, Valdeci, convidou Chico para participar da seleção de um grupo de teatro que estava começando na escola. Esse grupo era dirigido por Wanden Lima e o objetivo do grupo era a montagem de uma peça chamada “Paixão de Cristo” (2002), que circulou por diversos bairros da cidade. Depois da experiência, surgiu uma extensão do grupo que teve como objetivo continuar com o projeto do teatro, mas com uma formação mais contínua e dessa continuação surgiu a Cia. Renascer de Teatro (2003). O Grupo surgiu a partir de uma oficina ministrada pelo diretor de teatro Wanden Lima na Unidade Escolar Fontes Ibiapina e marcou o período apresentando peças de teatro misturando linguagens, mas focado no teatro físico. Chico Vinícius ingressa no grupo enquanto a trupe está apresentando a peça “Nós Queremos Casar Papai”; segundo o artista, ao entrar, ele já substitui um dos atores que precisou se ausentar. Depois disso, o artista permanece no grupo desenvolvendo outros trabalhos até a sua partida para São Paulo.

 

 

A contrapartida artística

Ali nas entranhas do grande Dirceu, Chico Vinícius começou a mergulhar no fazer teatral. No caminho para se modelar para os novos trabalhos, ele foi se redescobrindo e transformando a si mesmo. Nesse ato de lapidar-se, o artista foi se apropriando de técnicas e leituras que se tornaram uma prática metodológica na Cia Renascer de Teatro. Por meio do grupo, Chico rememora momentos marcantes como ter circulado pelos bairros periféricos de Teresina, além dos festivais de teatro por onde passou, algo que era impensável de se fazer naquele período e só foi feito por meio do teatro. Posteriormente, o grupo desenvolve o Projeto “Interpretando teatro”, contemplado pela Funarte (2006/2007), que consistia em aplicar oficinas em algumas escolas no grande Dirceu com a montagem de uma apresentação de cada oficina ao final do período; Chico Vinícius participou sendo artista-orientador em uma das oficinas.

“Vamos empretecer a arte” Chico Vinícius

 

 

A rotina da criação

Com uma formação que passou pelo teatro físico, comédia física e a palhaçaria, Chico Vinícius percebeu que o seu método de criação tem como principal fonte de estímulos gerados pelos movimentos corporais. Além disso, como o intérprete fez formação em Máscara ele frisa como a supressão da fala influenciou a encontrar alternativas para a expressão. Para Chico Vinícius, o importante antes de entrar no palco é se conectar ao grupo e deixar o copo aquecido e preparado para a apresentação e para as adversidades. Dentro do processo de criação de Chico, podemos perceber um trabalho intenso de apropriação dos conhecimentos que sustentarão o discurso defendido pela personagem, para isso o intérprete bebe nas fontes da literatura da área e das diversas produções que a personagem exige (seja filmes, documentários, entre outras obras de arte). Chico Vinicius é um pesquisador sempre em busca de novos conhecimentos para dominar mais elementos artísticos que possibilitem se dilatar em cena.

 

Descobrindo-se nas artes

Existem algumas pessoas que inspiraram Chico Vinícius durante a sua trajetória, uma delas é a sua avó, Dona Adalgiza Araújo de Freitas, que foi uma das pessoas mais importante tanto por dar suporte como por ter criado o artista, e principalmente por ter o ensinado a ter sensibilidade e delicadeza diante do mundo. Chico Vinícius destaca também a Cia Renascer de Teatro que foi onde ele aprendeu muito dialogando com cada um dos componentes. Além disso, ele pontua o apoio do seu companheiro e parceiro em muitos momentos da vida artística, Eraldo Maia, que foi a pessoa que colaborou para que ele pudesse investir na formação e na carreira nas artes cênicas, assim como pela própria experiência de vida e tantos conhecimentos compartilhados.

Chico saiu do Nordeste levando consigo a cultura claramente visível no sotaque e durante o processo de adaptação com a cena da nova cidade ele encontrou o palhaçx, linguagem que o fez entender e valorizar as suas particularidades. Autoafirmar-se um artista pretx e bicha foi um fator que ajudou inclusive a enveredar para o universo drag e da pesquisa da palhaçaria preta. No momento em que o artista se sentiu confortável com essas características que fazem parte da sua identidade, ele passou a inserir esses aspectos nos seus espetáculos.

 

Um lar dentro da palhaçaria

Após o seu contato com a palhaçaria Chico Vinicius, palhaçe Chicote, descobre que pode colocar sua identidade e discutir temas urgentes em sua obra. Nesse período conhece a Poliana Helena, palhaça Jujuba e produtora de São Paulo, que convida Chico para participar do seu projeto inspirado nas Cholitas Luchadoras da Bolívia, mulheres que encenam lutas de ficção e que é contemplado ao edital de fomento ao circo da cidade de São Paulo. Dessa pesquisa nasce o espetáculo “jujuba la Luchadoras X Chicote Lá Muerte” com direção de Cida Almeida, que circulou nas cinco regiões de São Paulo e convidada pra participar do MOTIM (Mostra de Teatro Infantil de Mindelo – Cabo Verde – África), em 2018. Aprofundando a pesquisa Chico Vinicius cria o “Monasciclos” (2019) com a dupla Jujuba e Chicote (@jujuba_x_chicote) e na direção Cida Almeida, também pelo mesmo edital de fomento. Monasciclos é a mistura da arte circense com a habilidade de Monociclo, com palhaçaria e a Arte Drag. Com esse espetáculo a dupla se consolida com a proposta de usar a palhaçaria pra discutir assuntos de gênero, feminismo e poder para o público infantil. Fechando sua pesquisa com a palhaçaria, tem a palhaçaria preta, a partir do texto “Catappum” criado em parceria com Fagner Saraiva, ator e palhaçe Filipeuto, no qual se apropriam do palhaço clássico para trazer uma identidade, estética, e protagonismo preto para o picadeiro, com parceria da direção de Mafalda Pequenino e sonoplastia da Monique Salustiano que entregam o coletivo – 2019. “Pensamos em uma estética preta, ressaltando nossos cabelos e com um texto político. Esses últimos espetáculos tentam desconstruir esse palhaço branco e europeu tradicional.”

Contatos

Telefone: 11 96706-6944

facebook: https://www.facebook.com/chico.vinicius.5

Instagram: Instagram.com/chico.vinicius/

Instagram.com/jujuba_x_chicote

e-mail: chicovinicius1070@gmail.com

site: Jujubaxchicote.wixsite.com/jujuba-x-chicote

youtube: Youtube.com/jujuvaxchicote

Fotos

Vídeo

Teaser do espetáculo “Catappum” (2019) https://youtu.be/8T2uSLe_Yog

Entrevista em Cabo Verde (2018) https://youtu.be/OkFxiuWI2po

Teaser do espetáculo “Jujuba La Luchadora X Chicote La Muerte” (2018) https://youtu.be/9fYUUdTr9eY

Número de palhaçaria “Coisa que voa” (2017) https://www.youtube.com/watch?v=vXBjQ_R7N3A

Espetáculo “Os Malacriados” (2015) https://www.youtube.com/watch?v=6hzJYk-Ybg4

Reprises clássicas “Luta de Box” (2015)  https://www.youtube.com/watch?v=j9ya_k-ekAI

Reprises classicas “Apito” (2015)   https://www.youtube.com/watch?v=zKLQKwA1zwM

Reprises classicas “Abelha abelinha”  (2015) https://youtu.be/uO7Y2R5QMVk

Outras Formações

 

Experiência profissional artística:

 

Experiência como Artista-educador:

 

Oficinas, workshops, treinamentos e outros

 

Outras fontes

Palhaça Jujuba e Palhaço Chicote representam o Brasil em Cabo Verde

http://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/agente/49510/

Última atualização: 24/08/2020

 

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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