Conhecido pelo espetáculo “Caldo do Amor”, o artista piauiense Julyano Ode apresenta ao público seu novo projeto musical: Reggaelia, iniciativa que resgata uma trilogia de canções inéditas escritas em 2015 e agora revisitada em formato audiovisual. As músicas “Regalia”, “A Maré” e “E É Manjar” ganham novos arranjos com a participação de Caio Viana (teclado), Rodrigo Rodrigues (violão) e Marllon Castro (cajón), sob produção musical de Gabriel Martins. As imagens e a edição são assinadas por Calango Joy, em parceria com o restaurante Atta, de Pedro II (PI).
Ode explica que as três composições nasceram de um momento criativo marcante em sua trajetória como letrista. Desde 2003, o artista organiza suas experiências e emoções em conceitos temáticos, e foi em março de 2015 que estruturou a sequência de letras que daria origem ao seu “especial reggae”. Durante anos, as músicas circularam apenas nos shows, até que ele percebeu a importância de adaptá-las ao audiovisual e às plataformas de streaming, ampliando o alcance junto ao público piauiense e a novos ouvintes.

Para o artista, o reggae é um gênero fluido, dançante e politizado, que permite a construção de paisagens sonoras múltiplas a partir das contribuições de cada músico envolvido. As canções de Reggaelia foram pensadas especialmente para o litoral do Piauí e, segundo ele, carregam uma identidade própria construída de forma coletiva nos arranjos, entonações e melodias.
O projeto também dialoga com a história do Hadiversos Shows, iniciativa que reúne diferentes formatos da trajetória de Ode do reggae ao blues, passando pelo forró sanfonado e o humor gastronômico. Para viabilizar as produções, o artista aposta há mais de duas décadas em um modelo colaborativo de financiamento local, baseado em parcerias, permutas criativas e apoio de comerciantes e empreendedores culturais do norte do estado.

O mote de “Reggaelia”, canção-tema do projeto, sintetiza a proposta poética e afetiva da obra. Durante as apresentações, Julyano costuma compartilhar com o público a reflexão que inspira a música: “estar feliz é um dever; permanecer com essa felicidade é uma regalia”. Para ele, a mensagem ressoa porque valoriza o simples, a leveza do cotidiano e a celebração entre amigos após o trabalho. A expectativa do artista é que a canção circule em novos repertórios e ganhe novas leituras e interpretações.
“Sempre que vou apresentar Reggaelia nos shows, abro um parêntese com a plateia e digo: ‘estar feliz é um dever, permanecer com essa felicidade é uma regalia – essa é nossa!.’ Essa observação fisga o público, motiva, oxigena os ânimos e todos os que param para absorver a mensagem saem impactados pelo mote da canção. Eu quero muito que Reggaelia figure no repertório de nomes do nosso estado e que a canção seja lida e relida cada vez mais pública ao chegar a novos públicos! Tempos atrás fiz um hashtag #cantareggaelia convido os leitores do Geleia a buscar nas redes e ver outras versões desta minha letra”, explica.
Com previsão de desdobramentos até 2026, o Projeto Reggaelia pretende promover intercâmbios com artistas do reggae no Piauí e nos estados vizinhos, ampliando circulação por cidades piauienses e fortalecendo redes culturais com músicos do Ceará e Maranhão. As versões atuais das canções revisitam as composições originalmente musicadas por Andrew Jhonatha, Jefferson Lopes e Rayelle Santos, reafirmando a dimensão colaborativa que marca a trajetória de Ode.
Nas redes do Hadiversos, o público poderá acompanhar os lançamentos e desdobramentos do projeto — que busca consolidar Reggaelia como obra coletiva, piauiense e em constante diálogo com a cena cultural local.