Um dos eventos culturais mais tradicionais do Piauí, o Projeto Boca da Noite segue com inscrições abertas até a próxima quarta-feira (9). As inscrições são destinadas a músicos e grupos musicais interessados em participar da programação que ocorrerá entre os meses de agosto e novembro de 2025. O processo é feito exclusivamente pelo site da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Clique aqui e confira o edital.
Para a edição de 2025, o edital prevê a seleção de até 28 músicos ou grupos musicais residentes em Teresina. Um dos principais critérios é que pelo menos 60% do repertório apresentado seja composto por músicas autorais ou de compositores piauienses. O resultado da seleção será divulgado no dia 31 de julho, no site da Secult.
As apresentações têm entrada franca e são realizadas no Espaço Osório Júnior, localizado no Complexo Clube dos Diários, sempre às quartas-feiras. Os artistas selecionados receberão cachês de R$ 1.500 ou R$ 3.000 e terão seus shows transmitidos pela internet, ampliando o alcance da produção musical local.
A cantora e compositora Jamille Jah destaca a importância do Boca da Noite como um espaço fundamental para a valorização da música feita no Piauí. Para ela, o projeto representa uma rara oportunidade para artistas independentes apresentarem repertórios autorais e autenticamente piauienses. “Ser esse palco, ter essa abertura e esse incentivo é muito favorável para que os artistas piauienses se engajem cada vez mais em suas produções”, afirma.
Criado em 1997, o Boca da Noite completa quase três décadas de atuação como um dos principais palcos de fomento à música autoral piauiense, consolidando-se também como um espaço de resistência e identidade cultural. “O Boca da Noite é mais do que um projeto artístico: é uma plataforma de visibilidade, formação de público e reconhecimento do nosso talento musical. Em quase 30 anos, ele se consolidou como uma verdadeira vitrine para os artistas do Piauí”, afirma o secretário de Estado da Cultura, Rodrigo Amorim.

Além da visibilidade, o projeto contribui fortemente para a formação de plateia, por contar com programação gratuita e aberta a todos os públicos — desde os mais jovens, que começam a consumir música local, até os frequentadores fiéis de edições anteriores.
“Ali a gente vai fazer com que aquele público escute o nosso som, conheça um pouco mais do trabalho que é feito e do que é produzido aqui. E a formação de plateia funciona dessa maneira. A pessoa vai ao Boca da Noite já com a intenção de ouvir algo novo, e isso favorece muito o artista local. É ali que o público começa a seguir nas redes, salvar músicas nas playlists e criar um vínculo com o trabalho apresentado”, destaca Jamille Jah.