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Axé, cultura e resistência: Quilombo Salinas recebe o III Festival de Batuques de Quilombos do Piauí

Nos dias 24 e 25 de outubro, o Quilombo Salinas, em Campinas do Piauí, será palco do III Festival de Batuques de Quilombos do Piauí, evento que reafirma a força das tradições afro-piauienses e o protagonismo das comunidades quilombolas do estado. Realizado pela Associação Quilombola de Salinas, o festival chega à sua terceira edição com o tema “Batuques – Eu sou Samba de Cumbuca”, celebrando mais de um século de musicalidade e ancestralidade.

Desde sua primeira edição, em 2023, o festival tem se consolidado como um espaço de preservação do patrimônio material e imaterial dos quilombos piauienses. A proposta é reunir as diversas manifestações culturais afrodescendentes que compõem o imaginário e a cosmovivência quilombola, valorizando a identidade, a memória e a resistência desses povos.

“No Quilombo Salinas, nós temos o Grupo de Tradições Culturais Samba de Cumbuca, que é um grupo que tem mais de 100 anos, e temos o Reisado Quilombola. Então são duas manifestações culturais de dentro do quilombo”, explica Marcos Vinícius, liderança do Quilombo Salinas.

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O Samba de Cumbuca, homenageado desta edição, é uma das mais antigas expressões culturais do Piauí. Em 2011, o grupo recebeu do governo federal a Medalha da Ordem do Mérito Cultural Brasileiro, e em 2021 foi reconhecido pelo Governo do Estado como Patrimônio Vivo do Piauí. A manifestação também integra o Inventário Nacional de Referências Culturais do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Segundo Marcos Vinícius, o festival nasceu da necessidade de dar visibilidade às expressões culturais quilombolas, muitas vezes esquecidas pelo poder público e pela mídia.

“No Quilombo Salinas, nós temos o Grupo de Tradições Culturais Samba de Cumbuca, que é um grupo que tem mais de 100 anos, e temos o Reisado Quilombola. Então são duas manifestações culturais de dentro do quilombo”, explica Marcos Vinícius, liderança do Quilombo Salinas.

Para Marcos, ser quilombola no Piauí é um ato de pertencimento e resistência. O festival, mais do que uma celebração, é um espaço de reflexão e construção coletiva.

“O Festival de Batuques das Comunidades Quilombolas do Piauí reúne essas comunidades não só para falar da cultura imaterial, mas também para trabalhar temas como demarcação de territórios, preservação da cultura material e imaterial, educação escolar quilombola e políticas públicas voltadas para a juventude”, enfatiza.

Com o tema “Eu sou Samba de Cumbuca”, a terceira edição reforça a dimensão simbólica do batuque como expressão de vida e resistência. “O Festival de Batuques das Comunidades Quilombolas do Piauí sempre tem um tema voltado para a cosmovivência da comunidade, o pertencimento”, explica Marcos Vinícius.

O tema é em homenagem ao grupo de tradições culturais Samba de Cumbuca, que é um patrimônio vivo do estado do Piauí reforçando a representatividade cultural através desta tradição de resistência.

A programação inclui exibição do documentário “Contando Minha História”, que narra a trajetória do Quilombo Salinas (1837–1843), mostra gastronômica “Cozinha de Quilombo – Dona Cumbuca”, certificada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, além de mesas temáticas, rodas de saberes, vivências culturais e apresentações artísticas. As atividades contam com o apoio de órgãos como CONAQ, CECOQ, MINC, IPHAN, MEC, INCRA, INTERPI, e secretarias estaduais de Igualdade Racial, Turismo, Cultura e Educação.

O encerramento do festival promete grandes apresentações com o Grupo Cultural Samba de Cumbuca de Salinas, além de grupos afro-culturais e shows musicais que celebram o compromisso com a memória, a identidade e a ancestralidade quilombola.

“Eu sou o samba de cumbuca representa todos esses eu sou — eu sou cultura, eu sou identidade, eu sou resistência, eu sou quilombo”, reforça Marcos Vinícius. “É axé, cultura e ancestralidade pulsando no coração do Piauí.”

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