Porque o peito calado
Sangra abalado
Das partidas
Que balbuciam
Estragos eternos
Homens fazem barulho
Porque no silêncio contido
Há regras de etiquetas
Dizendo que é proibido chorar
E em rebeldia gritam
Todos os homens que povoam
Meu coração de muitos milhares
Homens fazem barulho
Porque o alarde
É o melhor disfarce
Da dor que fingimos
E afrouxamos no enlace
Eu sou tantos
Que mal me reconheço
Quando amanheço
Sem reflexo
No espelho embaçado
Homens fazem barulho
Porque na voz da escuridão
Mora o medo do abandono
E nada conforta
A pele fria em dias nublados
Homens fazem barulho
Sem medo da patrulha
Que vigia e amola
A palavra agulha que fere
De graça a pele de quem
Disfarça desgraça
Homens fazem barulho
Prostrados de agonia
E no embrulho do gesto noturno
Acariciam mansos
Na voz o amor que não havia.
Poesia de Ítalo Lima
Livro
“Quando a gente se mata numa poesia” (2017).
Postagens Relacionadas
Diego Mendes Sousa será um imortal da Academia Parnaibana de Letras (APAL)
O escritor, jornalista, advogado, indigenista, ambientalista e ativista cultural Diego Mendes Sousa nasceu em Parnaíba-PI (15 de julho…
O Jornaleiro de Gesso, de Graça Vilhena
O pouco sobre a morte ouvira rapidamente e distante. Havia uma amiga na escola que sempre, no dia…
Amanda Santi lança seu primeiro single “Não Cale Esse Amor”
Para seu primeiro single de lançamento, a cantora Amanda Santi escolheu a canção “Não Cale Esse Amor”, obra…
Abraço, por Eduardo Galvão
Preciso te abraçar sempre que for possível. Não contar os segundos que passam, e esquecer os minutos que…