Porque o peito calado
Sangra abalado
Das partidas
Que balbuciam
Estragos eternos
Homens fazem barulho
Porque no silêncio contido
Há regras de etiquetas
Dizendo que é proibido chorar
E em rebeldia gritam
Todos os homens que povoam
Meu coração de muitos milhares
Homens fazem barulho
Porque o alarde
É o melhor disfarce
Da dor que fingimos
E afrouxamos no enlace
Eu sou tantos
Que mal me reconheço
Quando amanheço
Sem reflexo
No espelho embaçado
Homens fazem barulho
Porque na voz da escuridão
Mora o medo do abandono
E nada conforta
A pele fria em dias nublados
Homens fazem barulho
Sem medo da patrulha
Que vigia e amola
A palavra agulha que fere
De graça a pele de quem
Disfarça desgraça
Homens fazem barulho
Prostrados de agonia
E no embrulho do gesto noturno
Acariciam mansos
Na voz o amor que não havia.
Poesia de Ítalo Lima
Livro
“Quando a gente se mata numa poesia” (2017).
Postagens Relacionadas
FestLuso 2022 começa nesta segunda (22) e reúne espetáculos de sete países
A 12ª edição do Festival de Teatro Lusófono (FestLuso) 2022 começa, nesta segunda-feira, 22, com vasta programação de…
1,1K Visualizações
Escritora de São Raimundo Nonato, Gabriella Castro, lança o seu primeiro livro
Gabriella Castro é natural de São Raimundo Nonato e laça o seu primeiro livro intitulado “Todas as Luzes…
2,3K Visualizações
Shakespeareanismos, Abraão Vasconcelos
Romeu e Romeu Sem Montéquio ou Capuleto Brigando consigo mesmos Contra o amor ou coisa assim. Romeu…
2,8K Visualizações
Felipi à vista, 2ª Feira da Literatura Piauiense vem aí
“A Felipi surgiu da necessidade de a gente valorizar cada vez mais a literatura piauiense. Ela tem esse…
1,3K Visualizações