Espetáculo “As Divinas Mãos de Adam”, da Cia Popular Versátil

image003 (1)

Hoje, dia 15 de Março, a Cia Popular Versátil, Rio de Janeiro, apresentará a peça “As Divinas Mãos de Adam” no Theatro 4 de Setembro, às 20h, na Semana Nacional do Teatro em Teresina (SenThe).

O grupo conta que conheceu o texto por meio do ator Mário Cardona que já era um leitor da obra do autor Roberto Muniz Dias e durante o Festival de Cinema de Goiânia quando mandou o texto par a atriz Ana Carolina Rainha que logo se identificou com a narrativa da obra. E durante o processo de estudo e montagem do texto o grupo conheceu o ator chileno Héctor Medina que foi convidado para fazer o papel do personagem “Adam”.

“Eu tenho dois anos aqui (no Brasil) e quando eu recebi o texto eu estava aprendendo a falar português, então a peça “As divinas mãos de Adam” me ajudou a falar português. Então é algo muito lindo, é muito forte falar de amor, de preconceitos e religião”, diz Héctor Medina.

A Cia Popular Versátil estreou a peça em 2016 no encerramento do festival Mix Brasil de Cultura e Diversidade em São Paulo, em 2017 fizeram uma temporada de apresentações no Rio de Janeiro. O texto “As divinas mãos de Adam” foi o primeiro texto montado pelo grupo que fala sobre o preconceito, de uma realidade muito próxima, escrita por um brasileiro. Para o grupo o texto do escritor Roberto Dias Muniz foi essencial para a construção da peça, foi o texto que arrebatou o grupo e causou identificação com os elementos apresentados na narrativa.

“Eu acho que isso que nós sentimos ao ler o texto a plateia sente também, pois toca bem sutilmente o íntimo do espectador”, comenta Mario Cardona.

O espetáculo é dirigido por Emer Lavinni e, segundo o grupo, o drama que é dividido em dois atos, narra a história de Adam (Héctor Medina) um jovem imigrante, que passa dificuldades em um país distante e Stephen (Mario Cardona), um paraplégico que ainda acredita em alguma humanidade com a possibilidade de sentir prazer. E Rita (Ana Carolina Rainha), frustrada e rancorosa, responsabiliza o irmão, Stephen, pela sua falta de conquistas. Unidos por sentimentos de raiva, tristeza, incapacidade e desejos reprimidos, eles entram em confronto por algum fato que pode ter acontecido.

“No primeiro temos Adam – um jovem imigrante, morando num país distante de sua terra natal. Saiu de casa para novas oportunidades numa cidade grande. Sem emprego, morando num albergue, sem o apoio da família, nem amigos. A beira do desespero, tentando se manter numa cidade prestes a engoli-lo vivo, procura por emprego nos classificados do jornal impresso de maior circulação. Aceitou uma oportunidade de emprego um tanto quanto estranha. A caminho da provável entrevista de emprego, Adam repensa arrisca-se nesta inusitada forma de ganhar dinheiro.

Nos classificados lia-se: “Paga-se bem para desempenhar serviços sexuais [masturbação] a um homem cego e que não tem controle completo das mãos. Ambos os sexos”. Este homem do anúncio é Stephen, paraplégico, sem os devidos movimentos das pernas e das mãos. Mas que ainda acreditava em alguma masculinidade e humanidade, expressas pela possibilidade de ainda sentir prazer. Medo, confusão, tensão e empatia, neste primeiro ato, dão lugar a uma inusitada amizade. No segundo ato, temos a presença de Rita, que cuida do irmão e aparece, de repente, no quarto, deparando-se com uma cena inesperada. Então, começa a fazer suposições que afetam as individualidades dos dois homens, confrontados pela mentira, o onírico e o divino. Mas o que de fato aconteceu? Que transformações se operaram naquelas três pessoas tão diferentes? No final, somos defrontados com nossos próprios desejos, pensamentos e crenças.”

Além da homofobia a sexualidade, a peça toca em temas como a deficiência física e os estigmas construídos em torno de quem possui algum tipo de limitação física.

Desse diálogo com a Cia Popular Versátil veio a ideia de adaptar a história da obra “As divinas mãos de Adam” para o audiovisual.

“Espero retribuir todo o carinho que temos recebido em forma de arte em cima do palco”, diz Ana Carolina Rainha.

O Autor da obra, Roberto Dias Muniz é piauiense radicado em Brasília, é romanista, contista, dramaturgo, poeta, artista plástico e mestre em Literatura pela UNB (Universidade de Brasília). Integra a Comissão de Tolerância e Diversidade Sexual da 93ª Subseção de Pinheiros da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional São Paulo. Autor dos livros: “Adeus Aleto” (premiado pela Fundação Monsenhor Chaves com menção honrosa); “Um Buquê Improvisado”, “O Príncipe – O Mocinho ou o Herói podem ser Gays”; “Errorragia: contos, crônicas e inseguranças”; “Urânios”; “A teia de Germano”; “Uma cama quebrada”; “Trilogia do desejo” e “As divinas mãos de adam” (recentemente foi premiado pela FCP – Fundação cultural do Pará – como melhor texto teatral em 2015) e “Experientia”.

FICHA TÉCNICA

 

Elenco: Ana Carolina Rainha, Héctor Medina e Mario Cardona

Texto: Roberto Muniz Dias

Direção Artística: Emer Lavinni

Iluminação: Anauã Vilhena

Cenário e Figurino: Nina Nabuco

Trilha Sonora Original: Lucas Simonetti

Fotografia: Helton Santos

Fonoaudióloga: Leila Mendes

Assessoria Imprensa: Dulce Siqueira /Komulinka Comunicação.

Realização: Cia Popular Versátil

Foto dos três no palco

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Postagens Relacionadas