Escutadora de esquecibilidades

 

Que alegria iniciar mais um projeto literário. Diz a etiqueta que ao chegar devemos nos apresentar. Assim o faço. Começo vos dizendo quem é Denise Veras e sobre o que conversaremos nas próximas semanas.

Quem me conhece sabe que gosto de escutar, talvez por isso eu receba solicitações de conselhos e pedidos de auxílio de muitas partes. Entendam, eu não sou terapeuta, analista, psicóloga, freira, cartomante, oraculista nem nada do tipo. Eu sou uma escutadora. Essa carreira não remunerada, e sequer reconhecida, é além daquela pessoa que acompanha as alegrias e os dramas alheios, ela é a que ouve com a alma, oferecendo, a cada um dos contadores de histórias, o melhor de si.

A escrita é por primeiro um trabalho de percepção, pois antes de transcrever ou tentar traduzir em verso ou prosa o que o mundo nos inspira, é preciso apreendê-lo em plenitude. Como escutadora, creio que a depreensão do mundo perpassa o cotidiano, o corriqueiro, por isso escrevo crônicas. Esta que ainda é considerada um subgênero dentro das escolas literárias, imune a modas e a serviço do simples. É por toda essa aparente falta de glamour que as crônicas me encantam. Com elas é possível falar amiúde de esquecibilidades. Está aí mais uma vantagem desse gênero ímpar, eu posso inventar neologismos quantos queira, não há regras.

A vida é feita de narrativas, construções que alicerçamos à medida em que vivemos, que os dias passam, que os ponteiros andam. Há momentos em que concluímos que a nossa fundação não é sólida o suficiente. É preciso recomeçar. Às vezes nos vemos dentro de castelos altos e luxuosos, mas notamos algo errado. É preciso alterar a rota de novo.

Manter, a nós e aos nossos, vivos, respirando, íntegros e sadios é trabalhoso. Viver é complicado, e se não há como tornar as coisas fáceis, tornemo-las mais leves, sustentáveis. Esse é o meu trabalho, olhar e traduzir. Para isso uso os meus sentidos e a minha caneta. Você é convidado a partilhar comigo por essas estradas.

 

Tem alguma história para dividir comigo? Eu vou adorar saber. Sobre qualquer assunto, os felizes e tristes, de famílias, amantes, amigos, festas, morte, paixão ou doença. Tudo vale. Posso garantir uma escuta atenta e forte.

E-mail: deniseverasletras@gmail.com

Instagram: @deniseveras1

Ilustração: “Atravessada”, de Ravenna I. 2020. Guache sobre papel Paraná.

 

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