O Museu do Piauí, localizado no Centro de Teresina, se prepara para receber um novo atrativo que promete transformar a experiência dos visitantes: um café cultural. O projeto já foi aprovado e está inserido em um plano mais amplo de requalificação dos espaços culturais do estado, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e parcerias com instituições públicas e privadas.
Mais do que um simples ponto de alimentação, o café será um espaço multifuncional voltado para a convivência, aprendizado, inovação e fruição cultural. A proposta é oferecer um ambiente onde a história dialoga com o presente por meio da tecnologia, da criatividade e da valorização do patrimônio. A iniciativa busca atrair novos públicos e ampliar o tempo de permanência dos visitantes no museu, criando experiências mais completas e acolhedoras.
Segundo Ismael Bezerra, arquiteto responsável pela coordenação técnica do projeto, a ideia surgiu a partir das possibilidades oferecidas pela política nacional da Lei Aldir Blanc, que permite investimentos na modernização e revitalização de espaços culturais de valor patrimonial. “Hoje, o Museu do Piauí possui um acervo riquíssimo, com mais de 7 mil peças, mas os visitantes costumam permanecer pouco tempo no local. Com o novo café, queremos criar um ambiente que estimule a permanência, o encontro e o convívio”, explica.
Inspirado em referências nacionais e internacionais, o projeto prevê a criação de um espaço que reúna cafeteria, loja de souvenires com produtos genuinamente piauienses, áreas de trabalho colaborativo, além de um jardim interno revitalizado, pensado para o descanso e contemplação. “Queremos que o visitante possa vivenciar o museu com mais calma, conversar, trabalhar, socializar e se sentir acolhido. A proposta é que o museu esteja sempre cheio de vida, com visitantes em diferentes horários”, destaca Ismael.







A arquitetura do novo espaço respeita os traços originais do edifício histórico, com elementos coloniais como arcos, colunas inspiradas na tradição grega, vitrais para integração com o jardim e pisos de terracota e ladrilhos hidráulicos. O objetivo é garantir uma harmonia entre o moderno e o clássico, reforçando a identidade visual do museu.
Além da cafeteria, o projeto inclui melhorias na estrutura do museu, como nova climatização, restauração da fachada e das esquadrias, pintura, revisão da cobertura, paisagismo e nova iluminação. A intenção é tornar o museu mais atrativo, acessível e funcional tanto para turistas quanto para a população local.
O espaço também será palco de eventos culturais como rodas de conversa, saraus, lançamentos de livros, exposições temporárias e oficinas. “Queremos que o museu seja um lugar vivo, onde as pessoas se sintam convidadas a estar, permanecer e retornar. Que a experiência vá além da visita guiada e se torne parte do cotidiano das pessoas”, afirma o arquiteto.
O projeto foi elaborado pela Gerência de Obras e Patrimônio Histórico da Secult, com coordenação técnica de Ismael Bezerra e assinatura dos arquitetos Albino Júnior e Tamires Lemos. Ainda não há data de inauguração ainda não foi definida, mas a expectativa é que as obras comecem em breve após o processo de licitação, que já começou.
Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes
O Museu do Piauí está instalado em um prédio histórico construído em 1859, inicialmente como residência do Comendador Jacob Manoel de Almendra. Posteriormente, em 1873, o imóvel passou a abrigar a sede do governo da província. Localizado na Praça Marechal Deodoro da Fonseca, no centro de Teresina, o edifício preserva traços neoclássicos, mesmo após as restaurações realizadas em 1980.

O museu foi criado oficialmente em 1941, mas teve origem ainda em 1934 como uma seção do Arquivo Público, sob a coordenação do professor Anísio Brito. Em 1980, passou a funcionar em sede própria, após ampla restauração financiada pelo governo federal e organizada pela Fundação Joaquim Nabuco. Em 1990, foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, e em 1999 recebeu o nome de Museu do Piauí – Odilon Nunes, em homenagem ao centenário do historiador piauiense.
Com perfil histórico e acervo eclético, o museu reúne cerca de 7 mil peças distribuídas em 12 salas de exposição permanente e quatro salas de galeria de arte para mostras temporárias. Entre os destaques estão fósseis, porcelanas, mobiliário, obras de arte do século XIX e de artistas piauienses contemporâneos, além de objetos arqueológicos, cédulas, indumentárias e peças do artesanato local.