Wilson de Sousa, uma história de resistência

 

Wilson de Sousa Gomes, mais conhecido como Shana de Sousa, é natural de Santo Antônio, município de Duque Bacelar-MA e radicado em Teresina desde os nove anos de idade. O ator, diretor, dramaturgo e poeta Wilson de Sousa, é formado em Jornalismo na Faculdade Estácio/CEUT. Ele é funcionário público, já coordenou o Teatro de Arena de Teresina em substituição à titular, foi suplente da Federação de Teatro Amador do Piauí (FETAP/PI), é secretário de Promoção Cultural da Associação de Moradores do bairro Parque Jurema, segundo Tesoureiro do sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversões do Estado do Piauí (SATED-PI) e também fundador do Grupo de Teatro Nazaré. Wilson de Sousa é o proprietário da casa de espetáculo “Teatro de Bolso Maria de Nazaré Neri”. Além disso, sua história dentro das artes do Piauí é extensa, como ator ele já apresentou inúmeras peças de teatro, como: “Chico e a Seca”, “Desentendimento Familiar”, “Diário de uma feirante”, “Diário de uma camareira”, entre outros. Já escreveu algumas das peças as quais atuou. São quarenta e um anos de dedicação às artes e o artista não desiste, insiste e continua levando a arte para onde quer que vá.

“O teatro é um mistério com encenações de um ambiente imaginário recheado de histórias e que devem ser conhecidas e descobertas pelo público.” Wilson de Sousa

Nome Completo: Wilson Gomes de Sousa

Descrição: Ator, diretor e dramaturgo

Data de Nascimento: 03/06/1959

Local de Nascimento: Santo Antônio – Duque Bacelar-MA

Perfil escrito pela Geleia Total
Escrito por:
 Alisson Carvalho
Revisado por: Narley Pereira Cardoso

Uma história de superações

Wilson de Sousa perdeu a mãe aos oito anos de idade e nunca chegou a conhecer o pai na infância, então foi criado pela avó e pela tia. Ele conta que pela manhã frequentava a escola, Grupo Escolar Dr. Paulo Ramos, e pela tarde trabalhava na roça ou fazia tijolos com o seu tio, dependendo da época do ano. Posteriormente, com oito anos de idade, veio morar em Teresina com a família e para ajudar na renda começou a vender picolé durante o dia, paralelamente, durante a noite, dedicava-se aos estudos. Nesse período o garoto participou de alguns concursos de música para calouros que aconteciam no bairro em que morava, Piçarra. Ele cantava Evaldo Braga, Pixinguinha, Cláudia Barroso, Diana, entre outros. Seu interesse pelas artes não era segredo, pois ele sempre se destacou na disciplina de Educação Artística. Com quatorze anos de idade o menino apaixonado pelas artes foi acometido com a doença Meningite e contra todos os prognósticos, Wilson de Sousa, depois de três meses internado e quase dado como morto, conseguiu sobreviver. A doença deixou algumas sequelas afetando a audição e visão, mas nada que tenha impedido Wilson de continuar a concretizar os seus sonhos. O menino foi superando cada um dos obstáculos para ocupar o seu lugar no palco e construir a sua carreira no teatro.

Pisando no palco

Wilson de Sousa foi ao teatro decidido, queria ser ator. Após conhecer o Theatro 4 de Setembro e começar a frequentar o espaço, o amante das artes começou a se encantar pela atuação dos atores e atrizes. Toda a composição das peças despertou o interesse e curiosidade de Wilson que quis experimentar os prazeres da representação. O ator relembra que conversou com Priscila Camargo e Dercy Gonçalves, que vieram apresentar em Teresina, e motivaram o ator a seguir o desejo de se dedicar aos palcos. Posteriormente o aspirante a ator inseriu-se no meio teatral e começou a conhecer os profissionais que desenvolviam trabalhos no cenário teatral teresinense. Desses contatos Wilson de Sousa foi tentando aprimorar as suas percepções, colhendo informações, participando de cursos e oficinas de teatro. A primeira apresentação de Wilson de Sousa aconteceu em 1978 no Theatro 04 de Setembro e segundo o ator foi uma ótima experiência precedida de muita preparação, ele subiu no palco para viver na pele da personagem e aquilo foi mágico, como é até hoje.

As referências do ator

“O teatro representa uma rica e misteriosa trama de saber desvendar e viver na pele de milhões de personagens, não importando seus estilos, classes sociais, etc”, pontua Wilson de Sousa. É considerado o primeiro ator com deficiência auditiva bilateral profunda a atuar no Brasil, segundo o próprio artista. Suas referências no teatro vão além dos nomes, são todas as experiências e diálogos construídos ao longo da carreira. Tudo que foi criado pelo ser humano, como as artes e os diversos conhecimentos produzidos, servem como matéria prima para as artes. Com uma vasta experiência tanto como ator, como diretor e dramaturgo, Wilson de Sousa já apresentou peças consagradas como “Diário de uma Feirante” (1992 – 2013), “Diário de uma camareira” (2011), “Marido Canalha” (1992 – 2006) e “Batalha do Jenipapo” (2000 – 2016). A flexibilidade de Wilson fez com que dialogasse com os mais variados diretores da cidade, além de experimentar desde o drama até a comédia. E toda essa disponibilidade é fruto da sua sede pela representação, pois Wilson conta que é um apaixonado pelos palcos, pela atuação, pela criação.

“O teatro representa uma rica e misteriosa trama de saber desvendar e viver na pele de milhões de personagens, não importando seus estilos, classes sociais, etc.” Wilson de Sousa

A arte consciente

Parafraseando Geraldo Rodrigues, Wilson fala que “a arte qualquer quer seja sua definição, é uma coisa intrusiva, mais consciente do que inconsciente no lago profundo do nosso oceano anterior.” E tanta curiosidade não se restringiu apenas às artes cênicas: “Em 1976 estudei um ano no curso de Orientação cinematográfica ao lado do ator Adalmir Miranda, no antigo cineclube do colégio Diocesano e tudo foi evoluindo até eu chegar onde me encontro hoje.” Além de ter atuado e dirigido, Wilson de Sousa escreveu algumas das peças nas quais atuou e dirigiu. O ator atualmente está participando do curso de dramaturgia com ênfase na modalidade de monólogos ministrado pela dramaturga Isis Baião. E como resultado, Wilson escreveu uma história que se passa em 1920 intitulada “Desejos Proibidos”, a trama do desejo proibido entre as personagens Maria da Consolação e Ângelo Kelvin está em construção e será interpretada pelo ator que contará com a direção João Carlos Sousa. O ator frisa sobre a importância de sempre dialogar e criar novos vínculos para aprimorar o conhecimento, pois o teatro é vivo, está em constante transformação.

O teatro de bolso Maria de Nazaré Neri

“O teatro é um mistério com encenações de um ambiente imaginário recheado de histórias e que devem ser conhecidas e descobertas pelo público”, diz Wilson de Sousa.

Depois de participar da sua primeira oficina de teatro, Wilson de Sousa, já convicto da carreira que seguiria, resolveu criar o Grupo de Teatro Nazaré (Grutena), nome dado em homenagem à sua mãe, que mantém suas atividades até hoje. Além disso, o ator e diretor é também fundador e proprietário da casa de espetáculo “Teatro de Bolso Maria de Nazaré Neri”. O local compartilha com a região não só apresentações teatrais, mas diversos eventos artísticos e serve como sede do Grutena. A casa de espetáculos se tornou um espaço de resistência, principalmente enquanto muitos pontos de cultura e teatros estão sendo fechados em todo o país. Além de ocupar um espaço no bairro Parque Jurema, o Teatro de Bolso Maria Nazaré Neri é um local que oferece oficinas para crianças e jovens, sendo frequentado pelos moradores dos bairros adjacentes. Viver a arte é resistir, insistir e, apesar dos percalços, rir.

O prazer de trabalhar para o teatro

Há mais de quatro décadas Wilson de Sousa vem desempenhando diversos trabalhos nas artes cênicas, seja como ator, diretor ou dramaturgo. O artista, que já fez de tudo um pouco, seja drama, comédia ou infantil, está constantemente buscando formas de ampliar os seus diálogos, não só com os artistas, mas com a comunidade da qual faz parte. Suas contribuições para a cidade vão além do próprio fazer artístico, ele ocupa um lugar bem importante no cenário teatral, sobretudo, pelo trabalho desempenhado na periferia do bairro Grande Dirceu. Wilson de Sousa leva essa dedicação para fora dos palcos e tenta conquistar novos horizontes. Essa mesma paixão que nutriu o artista é também usada na formação do seu próprio público e se tornou uma referência, principalmente para jovens que, sem ter a possibilidade de se deslocar para outros bairros da cidade, encontram no Teatro de Bolso Maria Nazaré Neri um espaço para socializar, para lazer e diversão. Ele é um mantenedor do teatro erguido por iniciativa independente. Wilson de Sousa, a querida Shana, é um exemplo de luta, de resistência, de superação e de persistência. E, segundo o próprio artista, essa história, apesar das dificuldades, é uma história de vitória e de realizações, pois hoje a sua maior vitória foi ter conseguido enveredar pelo caminho das artes.

Contatos

facebook.com/wilson.gomsdesousa

instagram.com/wilson_desousa

E-mail: wilsondesousapi@hotmail.com

Tel: 8699244653

Fotos

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Vídeo

Espetáculos

Ator e Diretor

Chico e a Seca;

Desentendimento Familiar;

Casamento Fracassado;

Lucinha;

Uma noite não é só;

Marido Canalha;

Diário de uma Feirante;

Diário de uma Camareira.

Ator

A morte e a morte de Quincas Barros d’água (1992);

Tiradentes, Ópera da Liberdade (1992);

Lampião nas ruas (1992 a 1994);

Marido Canalha (1992 – 2006);

Diário de Uma Feirante (1992 – 2013);

Shana em Chamas (2012);

Sertão Encantado (2005);

A viagem do Barquinho (2005);

Cinderela (2008);

Batalha do Jenipapo (2000 – 2016);

Diário de Uma Camareira (2011);

Juca Pirama (2003);

Os que bebem como Cães (2004);

Capitães de Areias (2004);

Auto da Barca do inferno (2005);

Uruguai (2005);

A Moreninha (2005);

Somos todos inocentes (2005).

Dramaturgo

Coelhinho da Páscoa (1979);

Chico e a Seca (1980);

Uma Noite não é só (1987);

Lucinha Texto Infantil (1987);

Casamento Fracassado (1987);

Desentendimento Familiar (1988);

Paraíso Encantado Texto Infantil (1988);

Menino órfão (1991);

Marido Canalha Comédia (1992);

Os Netos da Vovó Texto Infantil (1997);

Diário de uma Feirante Monólogo (2002);

Entre a Cruz e a Espada Monólogo (2003).

Poesias

Hoje o céu todo azul (1983);

Mamãe tu és uma flor (1983);

Alguém que está partido (1984);

Onde está a flor?

Outras fontes

http://manekonascimento.blogspot.com/2014/12/evoe-teatro-nazare.html

https://cidadeverde.com/noticias/89898/nucleo-do-dirceu-ocupa-teatro-cacilda-becker-no-rio-de-janeiro

 

Última atualização: 27/08/2018

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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