A pluralidade artística sob as lentes de Renata Fortes

Renata Fortes, natural de Teresina-PI, é, sem dúvidas, uma grande artista multilinguagem piauiense, como também fotógrafa, realizadora audiovisual (Vila das Artes-CE), produtora cultural e comunicóloga (Comunicação Social pela UFPI – 2015). Havendo trabalhado e permanecendo a atuar em áreas de criação e movimento, atualmente, seu olhar tem estado mais voltado para a fotografia do que em outras de suas sensíveis pluralidades, pois é um caminho que a artista vem buscando em torno dos últimos três anos.

Acontece que a fotografia é sua dedicação mais especial dentro da realização audiovisual e das artes visuais de modo geral, possuindo contribuições em produções cinematográficas e audiovisuais em Fortaleza-CE, e Teresina, lugares onde vive em trânsito desde fevereiro de 2019, atuando como diretora de fotografia e fotografia still.

Seu trabalho circunda o documental e o artístico, e também se relaciona com criações artísticas de outras linguagens e outres artistas (com histórico na dança, performance, artes visuais e arte urbana), além do cinema. No audiovisual e cinema, atua também como diretora e produtora. Renata trabalha como artista independente e valoriza os processos coletivos. É membra da produtora audiovisual LabCine Filmes, produtora cultural do coletivo Salve Rainha (desde 2015), membra do coletivo de artes visuais Voragem e participa de grupos de estudos e residência em artes visuais.

“A arte é o único caminho possível para mim, de vida mesmo. Muito se debate se a arte é capaz ou não de salvar algo ou alguém, e acredito que em muitos aspectos, ela é.” Renata Fortes

Nome Completo: Renata Fortes Monte Franklin
Descrição: Fotógrafa e Artista Multilinguagens
Data de Nascimento: 11/08/1992
Escrito por: Zidane Medeiros
Revisado por: Paulo Narley

Mulheres, artistas, artesãs: o núcleo feminino como potência natural

Durante a infância, Renata Fortes conta que gostava muito de desenho e pintura; enxerga, inclusive, que foi através da pintura que tudo aconteceu: a criança tem mais abertura para experimentar as coisas.

Renata recebeu também a oportunidade de crescer tendo, em seu cotidiano, experiências artísticas realizadas por outras pessoas, algo inevitável para uma mulher vinda diretamente de uma família cheia de mulheres que sempre bordaram, que possuíam contato com o manuseio de linhas, costura, bordado, crochê e por aí vai, em resumo, mulheres artesãs.

Desse modo, a fotógrafa reconhece o início de uma vida artística marcada pelo apoio familiar através da inspiração e da luta diária daquelas que sempre trabalharam com o manuseio. Inclusive isso a faz refletir sobre essa grande questão no meio da arte, que é distinguir o artista do artesão. Pouco se fala sobre o artesão que, logicamente, também é artista, e grande sinal disso era o fato de que a família de Renata não se reconhecia como uma família composta por artistas. Para além de uma falta de reconhecimento, Renata Fortes concorda que há um preconceito imenso envolvido, que põe estes trabalhos manuais, muitas vezes, à parte, separados do circuito artístico. “Considero todas as mulheres da minha família artistas”, fixa.

A estrada de mão única até a arte

Após vivenciar a arte na parte da pintura e do desenho, por conta do tempo e da ausência de incentivo por parte dos outros meios sociais, como as instituições de ensino, a multiartista somente viria a experimentar novamente expressões semelhantes, como pintar, desenhar e até mesmo bordar, tal qual as demais mulheres de sua família, muito tempo depois, após já haver, inclusive, deparado-se com o audiovisual e a fotografia.

Durante sua graduação em Comunicação Social pela UFPI, Renata Fortes já começou a se interessar pelo âmbito cultural de sua área, passando a escrever e estudar sobre o assunto. Até este momento, a fotógrafa não se considerava uma artista, um fato infelizmente muito comum na sociedade na qual vivemos, que pouco incentiva a criação.

Porém, seu olhar aguçado se atentava com grande vigor pela arte produzida pelos artistas locais, de modo então que sua comunicação foi voltando-se cada vez mais para este ramo. Fosse para escrever uma reportagem a um jornal da Universidade, por exemplo, ela procurava escrever sobre música, artes visuais; sua atenção dividia-se entre arte e questões sociais, duas coisas que, no fim, muitas vezes, tornam-se uma só. “Eram os caminhos possíveis, diferente disso, não me interessava.”, Renata Fortes relembra.

O Botão, o desabrochar e a flor

Em meio à reta final de sua graduação, estar atravessando alguns setores variados da Comunicação serviu para que ela compreendesse melhor não exatamente o lugar em que deveria se encaixar, mas quais caminhos desejava (ou não) traçar.

Foi um período chave que proporcionou à Renata Fortes criar raízes tanto na produção criativa quanto no pensar em conjunto a respeito da própria arte e dos debates sociais. Estamos falando do coletivo artístico Salve Rainha. A artista conta que atribui muito do que ela é hoje, de como produz, de como prioriza os meios sociais e artísticos através de processos complementares entre as pessoas, ao Salve Rainha. Lá, ela pôde experimentar a troca no ambiente criativo, trabalhar diretamente com a produção cultural ao lado da equipe de criação, cuidar da assessoria de imprensa e das mídias sociais, além de ajudar no atendimento do bar em dias de evento.

Ademais, por haver iniciado sua participação no Salve Rainha quando este estava em suas primeiras temporadas, pôde também presenciar o crescimento dos eventos propostos pelo coletivo de uma maneira que pouco podia-se esperar de uma sociedade que tristemente não olha muito para o setor artístico. Juntamente com sua especialização em Diretos Humanos, onde estudou, escreveu artigos e teve contato com outros estudiosos e pesquisadores de movimentos coletivos, isso a influenciou a refletir sobre a ausência de pagamento e financiamento por trabalhos artísticos, principalmente nas dimensões que o Salve Rainha alcançava.

Então, nesta relação com os Direitos Humanos, começou a compreender na teoria, na pesquisa, nos estudos, de que maneira algumas coisas discutiam aquilo que se fazia na prática; estudou,portanto, Direito da Cidade, estudou mais como se dava a relação de arte e psicologia, por exemplo. A partir disso, fixou-se mais ainda que sua vontade se desabrochava para este caminho, que seria trabalhar com cultura de uma maneira que fosse diferente no sentido de: ao invés de ser uma atividade secundária em sua vida, a artista iria se movimentar para que aquilo ali fosse uma atividade primária, sua essência.

Na linha de produçãode conseguir possibilitar vias para artistas, foi entendendo que também poderia ocupar o lugar de artista. Esse período culminou em trabalhar com produção audiovisual e cinema independente através da produtora LABCINE Filmes, da qual participa desde a fundação.

A fotografia como via de conexão artística

Renata Fortes afirma que, para além da troca que vivenciava com diferentes formas de arte, a fotografia a convidou a se pôr no lugar de artista.

Seu processo de autocompreensão se iniciou nos estudos em Comunicação, onde a fotografia ainda representava apenas registros técnicos e informativos. Então, sempre envolvida em contextos de arte e cultura, decidiu estudar e pesquisar a fotografia como um caminho de produção e criação, atentou-se para a ideia de construções de narrativas outras que não necessária e unicamente informativas e técnicas.

O contato na prática com realizações audiovisuais em Fortaleza-CE, e o estudo sobre fotografia enquanto arte visual, também contribuíram para que ela entendesse seu espaço na fotografia sob aspectos relacionados à história, memória e, claro, criação artística e documentação artística. “Tenho muita facilidade para estar em troca com outras linguagens, como dança, música, teatro, artes visuais no geral”, contextualiza ela.

A coletividade em movimento

Atualmente, Renata Fortes trabalha como artista independente, valorizando os processos criativos. Seus processos de criação, compostos por múltiplas linguagens, resultam em práticas híbridas em suportes também diversos, como desenho, pintura e bordado.

Além de ser membra da produtora audiovisual LABCINE Filmes, produtora cultural do coletivo Salve Rainha, ela também compõe o coletivo de mulheres artistas visuais do meio-norte brasileiro/Piauí e Maranhão Voragem, idealizado por Alana Santo (@alansantoart). Participa também de grupos de estudos e residências em artes visuais.

Da fotografia para o mundo

A artista já trabalhou com direção de fotografia em projetos audiovisuais e seu interesse por cinema não se interrompe aí: com a criatividade sempre aguçada, possui os próprios projetos audiovisuais os quais ganharão o mundo logo que possível.

Já tendo desenvolvido e participado de diversos projetos envolvendo música, dança e cinema, Renata Fortes segue florescendo e presenteando o mundo com suas lentes sensíveis e únicas.

Contatos

Instagram: @fortes_renata

E-mail: renatafortesmontef@gmail.com

Site: Renatafortesmonte

Fotos

Vídeos

Experiência Profissional

Realizadora audiovisual (Vila das Artes – CE);

fotógrafa, realizadora audiovisual (Vila das Artes-CE);

produtora cultural e comunicóloga (Comunicação Social pela UFPI – 2015).

Outras fontes:

https://www.linkedin.com/in/renata-fortes/?originalSubdomain=br

Última atualização: 28/02/2022

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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