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Primeira edição do Bang Festival d’ Artes Negras é realizado em Teresina

Nos dias 2, 3 e 4 de setembro ocorre, na Casa Barro, a primeira edição do Bang! Festival d’Artes Negras. O evento é produzido pela própria Casa e pelo Núcleo de Estudos Baile Afrosamurai – NEBAF!, um grupo de estudos que produz conteúdo e facilita debates sobre arte afro-brasileira. O objetivo é juntar dança, música, pensamento, política, ativismo e a celebração das vidas negras e suas incontáveis expressões artísticas em Teresina, no Piauí e no mundo. A programação traz rodas de conversa sobre racismo e arte coletiva; oficinas de dança e vídeo; shows de ijexá, MPB, rap e samba, discotecagens de reggae, afrobeats e funk; feira de afroempreendedores e roda de samba.

Segundo o pesquisador e diretor do festival, Caio Silva, o objetivo do festival é de continuidade e atualização.

“O festival tem a intenção de se somar a um incontável número de expressões e manifestações artísticas das comunidades pretas no Piauí e no nordeste”, diz. “Aqui, por exemplo, a gente tem desde o festival PRETAFORMA, que aconteceu ano passado, passando pelas festas de bumba meu boi e os bailes de reggae. A experiência do negro aqui e no mundo é infinita. Somos apenas uma parte dela”, completa.

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Para Isnaba Nhaga, o DJ Pharaoh, natural da Guiné-Bissau e radicado no Brasil há quase dez anos, a paixão pela arte é ensinada e difundida na África desde o nascimento.

“Eu como africano vim de uma cultura onde a arte é muito valorizada, seja ela em forma de música, dança ou artes visuais”, diz. O Brasil herdou uma variedade imensa de manifestações artísticas dos povos africanos que foram brutalmente escravizados durante quase quatrocentos anos. Essas manifestações, ainda que vivas e vitais, continuam a ser sistematicamente invisibilizadas e negadas pelo racismo estrutural da nossa sociedade. “Estando aqui no Brasil, vi que a arte quase sempre tem um ar de branquitude, buscando a validação do opressor. Isso me entristece bastante, eu gostaria que as pessoas pretas daqui sejam elas mesmas, como nosso povo pioneiro em tudo, fazendo e ocupando espaços”, completa.

Assim, a possibilidade de ter um lugar que reúna uma boa parte dessas manifestações gera a sensação de acolhimento. A cantora e compositora Jaísa Caldas afirma que “é sempre um conforto saber que você pode ir a um lugar e saber que sua arte vai ser prontamente acolhida”. “Eu escrevo e canto tendo como horizonte essa identidade preta e indígena como alvo”, diz. A importância e valorização é tamanha que Jaísa preparou um show especialmente para o evento. “Como eu estou arrecadando para gravação do meu disco, eu acho que essa é a situação ideal para apresentar um show novo chamado Arquivo Compilado”, finaliza.

Programação

Sexta: Oficina de dança, roda de conversa sobre arte coletiva e shows com Grupo Ijexá, Ravel Rodrigues e DJ Bossa Sasa

Sábado: Oficina de vídeo, roda de conversa sobre racialidade no Piauí e shows com Velho Bad, Jaísa Caldas, Preto Tipuá, Psico Afrodite e Baile Afrosamurai

Domingo: Feira com afroempreendedores, DJ’s Pharaoh, Fantasmão e Dafro e Samba no Coreto.

 

Programação detalhada:

https://www.instagram.com/bang_festival/

Mais informações:

(86) 999516365

 

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O fundo é feito com pinceladas de azul e um brilho amarelo bem no centro da imagem. Em estaque está escrito: Piauí 2122 em uma fonte redonda, mas com algumas pontas afiadas, a primeira e o último número, o "p" e "2" respectivamente, estão em laranja enquanto que todo o resto da frase está na cor preta. Na parte de baixo, há uma nave espacial. Do lado esquerdo há um sol. Na parte de cima há um astronauta flutuando com dois planetas ao fundo. No canto inferior direito da imagem, há a logo da Geleia Total.

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