Porque o peito calado
Sangra abalado
Das partidas
Que balbuciam
Estragos eternos
Homens fazem barulho
Porque no silêncio contido
Há regras de etiquetas
Dizendo que é proibido chorar
E em rebeldia gritam
Todos os homens que povoam
Meu coração de muitos milhares
Homens fazem barulho
Porque o alarde
É o melhor disfarce
Da dor que fingimos
E afrouxamos no enlace
Eu sou tantos
Que mal me reconheço
Quando amanheço
Sem reflexo
No espelho embaçado
Homens fazem barulho
Porque na voz da escuridão
Mora o medo do abandono
E nada conforta
A pele fria em dias nublados
Homens fazem barulho
Sem medo da patrulha
Que vigia e amola
A palavra agulha que fere
De graça a pele de quem
Disfarça desgraça
Homens fazem barulho
Prostrados de agonia
E no embrulho do gesto noturno
Acariciam mansos
Na voz o amor que não havia.
Poesia de Ítalo Lima
Livro
“Quando a gente se mata numa poesia” (2017).
Postagens Relacionadas
The Gunk: Uma misteriosa faxina no espaço
Revisão: Joana Tainá Há mais ou menos um mês, eu me mudei. Não de casa, o que seria…
1,6K Visualizações
O calor de Teresina, por Zózimo Tavares
“O calor de Teresina tem diferente vapor! Até mesmo sangue-frio ferverá nesse calor, que faz coração de pedra…
1,5K Visualizações
Escritor piauiense promove Live e bate-papo filosófico sobre equilíbrio emocional no esporte e na vida
O evento contará com a presença do psicólogo Eduardo Moita e do ex-treinador olímpico Expedito Falcão. Na última…
916 visualizações
Diáspora, de José Galas
Aqueles aos quais me apeguei estão distantes agora Uns morreram por terra outros correram por fora De sorte…
1,8K Visualizações