Antes que você nutra algum desejo de continuidade, eu sinto informar que tenho apenas alguns segundos de vida. Mais precisamente sete segundos. Acontece que, durante o processo de morrer, não sabemos ao certo qual o procedimento que deverá ser tomado ou como dirimir a causa ceifadora da vida. De fato, é até estranho ter certezas quando o fim acabará no ponto final, é aí que você se corrompe e deseja o depois, o contínuo, o eterno. E olha que eu sempre odiei as reticências, pois sinto que falta um pouco de criatividade na união desses pontos, ou seja, pra mim, é um mero sinal gráfico sem valor. Parágrafo. Não, você leu sim a materialização da ação escrita. É que…
(Leia o conto completo na Coletânea de contos “Caçuá”)
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Muito bom.
Excelente!
Valeu a reflexão. E ainda peguei a referência de Machado de Assis com os vermes.
Muito bem escrito, além de despertar diversos sentimentos a cada “segundo” lido. Parabéns?
Muito bem escrito, além de despertar diversos sentimentos a cada “segundo” lido. Parabéns!
O enredo que se desnuda a cada parágrafo(aqui expresso de um jeito bem peculiar),tem ganchos deliciosos,onde a cada segundo da queda ou decadência do personagem(lido em contexto metafórico)provoca desde questionamentos existencialista sutis,até finas ironias que causam pequenos risos involuntários,seria a intenção do autor fazer humor negro,uma forma “descontraída “de provocar reflexão,ou as duas coisas juntas?
O pseudo desencorajamento do primeiro verso tem efeito instigante e cria uma empatia,é convidativo por tratar-se da isca perfeita para o leitor.
Vamos ao texto em si:Não poderia deixar de mensurar a opinião(curiosa,eu diria)do personagem acerca das reticências,obedecendo o contexto da obra,é compreensível o sentimento do narrador para com elas,porém,fora dessa conjuntura,reticências dizem muito mais que exclamações, por exemplo,elas suscitam indagações,podem ser o fim,mas também podem indicar um começo…
Ao avisar o leitor de que nada daquilo que fora exposto até o presente momento não se tratava de metáfora dá uma leve rasteira em leitores que apressam-se em fazer suposições logo nas primeiras linhas.Temos então uma frase que assim como as outras leva a reflexão,porém essa é a mais incisiva em seu intento:”Quanto mais dilatada e permissível a pessoa é,menos elitizada será sua arte”
E essa frase dá início a uma sequência de tantos outros questionamentos tais como:Essa permissividade refere-se aos inúmeros modos e maneiras de fazer uma obra artística,ou ela fala sobre flexibilização de conceitos ideológicos pessoais?Uma arte tida como elitista tem todo esse teor negativo ou ela poderia ser entendida como algo que por possuir sofisticação é forçosamente algo esnobe?Essa dilatação e essa permissividade sem critério poderia descaracterizar o estilo de determinado artista e sua prática?
O autor faz comentários tipo:”A queda começa quando você não segue a corrente”ou Toda nova técnica e suporte de armazenamento da criatividade humana produz tanto entusiasmo como medo”deslocando essas duas frases do texto,acredito que o melhor a se fazer seria a NEGOCIAÇÃO entre os conceitos padronizados de linguagem artística e as novas formas de adaptação e principalmente,de REINVENÇÃO,e após mais divagações,trocadilhos com o ponto turístico Grand Canyon,o autor une morte literal e metafórica encerrando mais um conto denso,acredito que o mais denso até agora