GEOGRAFIA, de Paulo Narley

           Imagem: José Ailson (@um_ze)

 

 

E enquanto eu mapeio teu corpo
Descubro os teus continentes, países
Fronteiras deixam de existir
Navegamos e desbravamos

Seguimos em frente
Aportados, ancorados um no outro
Chegamos à terra prometida
As Índias nunca foram tão ricas quanto nós

E descobrimos nossa morada
Casa que não tem parede ou teto
Somos nós
Eu em tu e tu em mim

E nos afogamos
No mar de nós mesmos
Sem morte
Apenas renascimento

E esse sangue que corre em nós
Esse sentimento que desatou os nós
Nada tem de errado
E nem pecado

E, assim, não importa aonde estamos
Milhas e milhas de distância, em alto mar
Em nossos braços
Sei que sempre encontraremos um lar

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