Monteiro Júnior

O teresinense Monteiro Júnior é jornalista, escritor, diretor, roteirista e produtor visual.

O teresinense Monteiro Júnior é jornalista, escritor, diretor, roteirista e produtor visual. Já trabalhou como crítico de cinema nos jornais Meio Norte, Diário do Povo e O Dia, além das colunas nos sites Acesse Piauí e Agenda Cultural. Monteiro Júnior é professor de cinema da Fundação Cultural Monsenhor Chaves e fomentador de cursos sobre audiovisual. O cineasta é também escritor e já publicou os livros “As sete vidas do gato” (1998), “A obscuridade humana” (1999), “O confidente” (2003). No cinema ele já dirigiu os filmes “No meio do caminho” (2004), “Insone” (2005), “Dona Maria” (2010) e “Qualquer hora dessas” (2012). Fora isso, Monteiro tem uma vasta obra no audiovisual realizado como finalização dos cursos e oficinas aplicados por ele. Suas obras já circularam diversos festivais de cinema pelo país, inclusive conquistando premiações e a crítica especializada.

“Cinema é uma possibilidade de me expressar e de aprender.” Monteiro Junior

Nome Completo: Francisco Alberto de Brito Monteiro Junior

Descrição: Jornalista, escritor, psicólogo e cineasta

Data de Nascimento: 17/05/1983

Local de Nascimento: Teresina-PI

A gestação de um cinéfilo

Monteiro Júnior costuma dizer que os pais esperaram um filme que passava na TV terminar (“S.O.S. Titanic”, telefilme de 1979) para atender ao chamado da natureza, anunciado nas contrações da mãe, e correr para a maternidade. “Eu praticamente nasci assistindo a filmes”, brinca. Dessa forma inicia a trajetória de um dos maiores estudiosos da Sétima Arte no Piauí. Na infância, o então aspirante a cineasta conta que, graças ao VHS (alguém recorda?), gravava os filmes exibidos no horário que ele estava na escola, para assistir quando chegasse em casa. Sua paixão pelas produções cinematográficas fazia com que o garoto só saísse de casa após conferir os “clássicos” da Sessão da Tarde. E essa rotina de estar sempre de frente para as telas foi se consolidando. Monteiro conta que, mesmo muito jovem, não se importava com o gênero do filme, assistia a todos os tipos, das animações Disney a dramas mais adultos. Passou grande parte da juventude perdido por entre as prateleiras da Videocine, à época uma das videolocadoras tradicionais de Teresina – hoje, como todas as demais, habitam apenas as lembranças. Como um cara do cinema, mergulhar nas histórias dos filmes era mais que um passatempo, era uma fuga da realidade, já que ele era (ainda se considera) mais introspectivo e reservado. Desse hábito, Monteiro foi construindo o seu caminho no audiovisual, inclusive escrevendo as suas próprias percepções a respeito dos filmes vistos.

Da literatura à sétima arte

Apaixonado por cinema e fascinado pela narrativa em si, Monteiro Júnior começou a se expressar por meio da escrita por volta dos sete anos de idade. O garoto escrevia seus contos e apresentava à família, em leituras feitas pela mãe. Sempre inclinado ao processo de criar e expressar o que via, dentro e fora das telas, ao quinze anos lançou o primeiro livro, escrito à mão em cadernos de arame e depois digitado no computador. O título: “As Sete Vidas do Gato”. A obra: um conto de terror, suspense e ação policial. No ano seguinte, sua segunda obra foi publicada, “A Obscuridade Humana”. A trama sobre um serial killer de crianças fez com que o livro rapidamente se esgotasse. Apesar de ter recebido o “Prêmio Fontes Ibiapina – Romance” com o suspense psicológico “O Confidente”, no ano de 2001, Monteiro é hoje mais lembrado pelas críticas dos filmes. Tudo começou ainda em 1999, quando teve publicada no jornal impresso sua primeira crítica cinematográfica; o filme analisado era “Clube da Luta”, dirigido pelo David Fincher. Nos anos em que exerceu a atividade de crítico, 1999 a 2014, escreveu quase mil artigos para jornais e internet. A coluna Cinefilia, que assinava às terças-feiras no jornal O Dia, provavelmente foi o espaço mais durador no impresso piauiense (11 anos) dedicado à crítica de cinema propriamente dita. Com tudo isso, para que Monteiro Júnior entrasse de cabeça no audiovisual e começasse a realizar suas próprias produções, bastou um convite de amigos.

Mergulhando no audiovisual

Monteiro Júnior começou a escrever roteiros de cinema aos dezesseis anos de idade. Mais para testar se conseguia escrever um do que com a intenção de filmá-lo. Claro, com o cinema percorrendo suas veias, isso não tardaria muito. A provocação veio do amigo Hermano Medeiros, à época vocalista da banda Madame Baterflai. Assim, o média metragem “No meio do caminho” foi a primeira experiência de Monteiro na realização, e, mesmo sendo um filme amador, foi exibido na sala 3 dos Cinemas Teresina. O filme retrata as indagações feitas por um personagem imerso numa teia de melancolia poética. A obra participou como convidada no XII Festvídeo de Teresina (2004). Depois disso veio o curta “Insone”, o qual repete a parceria com Hermano numa história angustiante culpas e frustrações, misturando alucinações com realidade. O suspense psicológico conquistou o prêmio de Melhor Vídeo Piauiense no XIII Festvídeo de Teresina em 2005, além de ter participado de festivais fora do Estado. Em 2010 Monteiro conseguiu, após 4 anos em produção, concluir o docudrama “Dona Maria”, que traz a história de uma heptagenária (a atriz maranhense Vera Leite, premiadíssima no teatro) abandonada por todos, mas que encontra um novo sentido na vida ao descobrir a existência de uma neta. Apesar dos obstáculos que quase impediram a finalização da obra, o filme foi apresentado no 5º Encontro Nacional de Cinema e Vídeos dos Sertões na Mostra Piauí na Tela (2010) e na Mostra Cine – É proibido Cochilar em Natal, RN (2015). Em 2012 foi a vez do longa metragem “Qualquer Hora Dessas” (2012), protagonizado por Jarleni Silva e Vítor Sampaio. O claustrofóbico drama do fim de um relacionamento, no qual os personagens, “presos” num quarto, refletem sobre essa angústia em si mesmos, foi apresentado no 7º Encontro Nacional de Cinema dos Sertões (2012), recebendo os prêmios de melhor roteiro, melhor atriz e melhor filme pelo júri popular. O filme também entrou na Mostra Competitiva do 10º Festival de Cinema de Maringá, em 2013. Ano passado, o cineasta fez uma provocação aos artistas piauienses com o documentário de curta metragem “Estado da Arte [Adriano Abreu]” (2017). O metadepoimento foi lançado no 15o SaLiPi – Salão do Livro do Piauí, em junho. No 12o Encontro Nacional de Cinema dos Sertões, levou os prêmios de melhor roteiro e fotografia de curta documentário.

“Se eu consegui provocar alguma coisa pelo menos em uma pessoa eu vou me sentir satisfeito.” Monteiro Junior

Uma película existencialista

Nos filmes construídos por Monteiro Júnior, os personagens são colocados em situações emocionais extremas, testando os limites de diversas situações, geralmente íntimas, provocando o espectador em sua identificação. Seja no devir humano, nas implicações de uma decisão, na angustia causada pela culpa, na relação que naufraga, esses personagens não passam desapercebidos deles próprios. Estão se questionando enquanto vivenciam o que quer que seja. Os filmes de Monteiro, pelo menos até agora, possuem características existencialistas, mergulham no íntimo do ser humano para nos mostrar até que ponto se é possível chegar. Além de sempre voltar-se para o fim da utopia desses personagens. “É como se eles estivem sempre no fim da festa, naquela melancolia da volta para casa”, reflete, citando o filósofo Schopenhauer quando este diz que “Um sorriso nada mais é do que um intervalo na dor”. Tal crueza nas suas histórias muitas vezes pode revelar um teor de pessimismo. “Acho que sou um pessimista teórico, um observador do que pode dar fatalmente errado nas coisas. Até mesmo quando dão certo.” Todo esse movimento criativo parte do desejo do cineasta de jogar para fora todos os pensamentos e questões que conseguem transformar as fantasias em pesadelos. “Essa provocação que faço em mim mesmo, de espiar dentro dos recantos escuros da condição humana, paradoxalmente me leva numa busca na qual eu possa por fim olhar para a claridade, para toda a leveza de estar vivo quando conseguimos alimentar nossos potenciais.”

As multifaces do cineasta teresinense

“Angustia é o desencontro entre o que você queria e o que você consegue ter. Não existe estar-se vivo sem angustia”, crava Monteiro Júnior. Muitas vezes é angustiante não ter como desenvolver o que se quer por falta de condições ideais para a produção de uma obra. Monteiro conta que para realizar um filme é preciso, antes de tudo, ter uma ideia clara, forte, do que se deseja falar. A construção de uma obra pede algo que só o autor poderia dizer, o olhar particular de quem a está construindo. Das etapas até a exibição do filme, a construção do roteiro é, essencialmente, a mais solitária. Um processo que demanda tempo e passa por muitas reescritas – os famosos tratamentos. Seus roteiros, mesmo aqueles para curtas, levam de quatro a cinco anos até chegarem à versão final. Versão que ainda sofrerá modificações durante a pré-produção, uma etapa estimulante onde as opiniões e visões da narrativa se cruzam. Dessa encruzilhada, o olhar do cineasta se dilata, pois o cinema não é trabalho de uma pessoa só. Além de assumir várias funções dentro da realização, Monteiro também se dedica a formar espectadores de cinema, com cursos voltados àqueles que almejam uma leitura técnica e aprofundada dos filmes aos quais assistem. O Curso de Cinema Pela Lente, ministrado por ele na Casa da Cultura de Teresina, existe desde 2011. “Mais do que acender a faísca de futuros realizadores, minha missão todo sábado de manhã é formar espectadores técnicos, que possam ir ao cinema e dialogar com a própria linguagem cinematográfica”, decreta. De lá para cá, foram mais de 200 alunos que podem afirmar nunca mais terem assistido a um filme da mesma maneira.

Uma vida voltada para a carpintaria criativa do cinema

Já deu para notar que as obras de Monteiro Júnior são construídas com muito empenho e rigor. Não frutos do acaso, mas de um investimento intelectual que ultrapassa a primeira inspiração. É produto do lapidar de ideias de um escritor ávido pela externalização das suas ideias. Monteiro está o tempo todo escrevendo e se aprofundando no que mais gosta: a narrativa cinematográfica. O cinema para ele é uma arte que contém dentro de si uma gama de conhecimentos e exige, seja do apreciador seja do realizador, um conhecimento holístico da realidade, social, política ou econômica. É preciso ter a noção de tudo um pouco. É necessário conhecer a mecânica da vida para compor a carpintaria criativa. Autor de histórias com personagens que vivenciam crises existencialistas, e sempre provocador, Monteiro não facilita para o leitor de sua obra, sempre buscando o desconforto e atingindo de alguma forma os seus leitores e espectadores. De “No Meio do Caminho” (2004) a “Estalos”, curta metragem atualmente em pré-produção – contemplado no primeiro edital de cinema do Estado –, Monteiro Júnior vem construindo um nome sólido quando se fala em audiovisual piauiense. Seja escrevendo, ministrando cursos ou realizando filmes, sua motivação para criar permanece intacta: tocar o lado mais sombrio da natureza humana, transcendê-lo e, quem sabe, encontrar do outro lado um ser humano melhor.

Fotos

Vídeos


Filmografia

No meio do Caminho (2004)

-Média metragem

-Direção, roteiro, produção

-Drama. 45 min. VHS

Lançamento: Oficina da Palavra (5 de março de 2014)

                        Cinemas Teresina – sala 3 (6 de março de 2014)

Produzido por: Doroteu Filmes e DV Produções

Um drama de média metragem (com 45 minutos), em que traz um dia na vida de alguém (protagonizado por Renato) que fez uma escolha e como isso afeta não só seu destino, mas sua personalidade, seu “eu” interior. O filme rendeu participações no XII Festvideo de Teresina (em 2004), realizado pela Fundação Monsenhor Chaves, e na II Mostra Piauí de Cinema, realizada pela Fundação Cultural do Piauí (em 2005).

Festivais e mostras:

-XII Festvídeo de teresina (FMC, 2004)

-II Mostra Piauí de Cinema (FUNDAC, 2005)

 Curta “Insone” (2005)

-Curta metragem

-Direção, roteiro, produção

-Suspense. 25 min . Mini-Dv

-Registrado no site Diretores Brasileiros de Cinema Audivisual – DBCA

-Lançamento: Cinemas Teresina – sala 3 (16 de abril de 2005)

-Produzido por : Doroteu Filmes e DV Produção

Um suspense, em que traz Dante, um notívago cheio de culpas e frustrações. Em um momento, ele recebe a visita de duas entidades que já morreram – seu melhor amigo e a garota a quem nunca se declarou. A partir disso, passa a se questionar se vale a pena estar vivo, entrando numa crise de existência rumo a um desfecho sem retorno. O curta recebeu o prêmio de melhor filme piauiense no XIII Festvídeo de Teresina, realizado pela Fundação Monsenhor Chaves (em 2005).

Festivais e mostras:

-II Mostra Piauí de Cinema (FUNDAC, 2005)

-XIII Festvídeo de Teresina (FMC, 2005)

Premiações:

-Melhor Vídeo Piauiense – XIII Festvídeo de Teresina (FMC, 2005)

Documentário A noite e a cidade (2005)

Que mostra o circuito de cinco décadas do lazer noturno teresinense. O doc foi vencedor da Gincana Cultural do Instituto Dom Barreto.

Dona Maria (2010)

-Média metragem

-Direção, roteiro, produção

-Documentário. 70 min. HDV

-Certificado de Produto Brasileiro – CBP: B12-015523-00000

-Lançamento: Clube dos Diários – sala Torquato Neto (4 de março de 2010)

Produzido por: Doroteu Filmes e ABD-PI

De média metragem (com 70 minutos de duração), o doc apresenta uma senhora heptagenária em sua casa, sozinha, onde vive recordações de sua vida de pintora. A descoberta de uma neta, porém, lhe traz a força de viver, desafiando demônios internos para retornar às tintas e homenagear a neta com um quadro. Dona Maria busca um diálogo entre vida, morte e solidão na velhice.

Festivais e mostras:

-5ºEncontro Nacional de Cinema e Vídeos dos Sertões – Mostra Piauí na Tela (ESCALET, 2010)

-Mostra Cine – É Proibido Cochilar em Natal (Cinema Potiguar, IFRN Cidade Alta, 17-28 de agosto de 2015)

Qualquer hora dessas (2012)

-Longa metragem

-Direção, roteiro e produção

-Drama. 79 min/ 71 min . Digital

-Certificado de Produto Brasileiro – CPB: B12-016039-00000

-Lançamento: Cine-Teatro Maria Bonita – 9º Festival Nacional de Cinema dos Sertões (8 de novembro de 2012)

-Produzido por: Doroteu Filmes

Sinopse: Num quarto vazio, um casal tenta lidar com o fim do relacionamento. Ele não consegue aceitar a perda da pessoa que ama, enquanto ela não entende porque simplesmente não abre a porta e sai. E meio aos ecos de um amor findado, ambos caminham na embriaguez da dor em direção ao inevitável adeus. No processo, perdem gradualmente não apenas o outro, mas um pouco de si mesmo.

Festivais e mostras:

-7º Festival Nacional de Cinema dos Sertões – Cine-Teatro Maria Bonita, Floriano, PI, 2012

-Semana do Audiovisual – SEDA (Abertura) – Espaço Cultural Trilhos, Teresina, PI, 2013.

-10º Festival de Cinema (Abertura) – Teatro do Boi, Teresina-PI, 2015.

Premiações:

-Melhor roteiro de Longa Metragem Nacional – 7º Cinema dos Sertões

-Melhor Atriz de Longa Metragem Nacional- 7º Cinema dos Sertões

-Melhor Filmes de Longa Metragem Nacional pelo Júri Popular – 7º Cinema dos Sertões

Livros

As sete vidas do gato (1998);

A obscuridade humana (1999);

O confidente (2003).

Premiações em cinema e literatura

Romance- Prêmio Fontes Ibiapina, com o livro O Confidente (FUNDEC, 2001)

Melhor Vídeo Piauiense, com o filme Insone (XIII Festvídeo de Teresina, FMC, 2005)

Melhor Roteiro de Longa Metragem, com o filme Qualquer Hora Dessas (7º Festival Nacional de Cinema dos Sertões, 2012)

Melhor Filme de Longa Metragem pelo Júri Popular, com o filme Qualquer Hora Dessas (7º Festival ?Nacional de Cinema dos Sertões, 2012)

Críticas e artigos sobre cinema

São mais de 500 críticas e artigos publicados em jornais impressos

-Impresso:

Críticas avulsas (1999 a 2002) no Jornal Meio Norte e O Diário do Povo

Coluna cinefilia (2003 a 2014) no Jornal O Dia.

-Online:

Coluna Pela Lente (2009 a 2014) no site Acesse Piauí

Coluna Doroteu (2013) no site Agenda Cultural.

Oficinas e cursos de cinema ministrados

Oficina de Cinema (2006);

Oficina de Direção cinematográfica (2015);

Curso Pela Lente (2010 a 2016).

Coordenação de fotografia e audiovisual

Fundação Monsenhor Chaves (2008 a 2010)

Assessoria de imprensa

Fundação Monsenhor Chaves (2010a 2011)

Colaboração

Revista Revestrés (2013/ 2014)

Roteirista/Redator

Chroma Comunicação/ Guabes Produções (2015 a 2016)

Outras fontes

https://analisandocultura.wordpress.com/2013/09/07/o-que-diz-o-cinema-reflexao-e-intimidade-nas-producoes-de-monteiro-junior/

https://180graus.com/geral/cineasta-monteiro-junior-lanca-filme-quotdona-mariaquot-no-clube-301477

http://amusaesquecida.blogspot.com.br/2014/08/arnaldo-albuquerque-um-humor-sangrento.html

Arnaldo Albuquerque | Um Humor Sangrento

http://www.leg.ufpi.br/jornalismo/materias/index/mostrar/id/10347

http://www.revistarevestres.com.br/reportagem/o-filme-parou/

http://www.capitalteresina.com.br/noticias/cultura/cineasta-piauiense-campeao-nos-eua-conta-cinema-e-muito-mais-coracao-do-que-bolso-29226.html

 

Última atualização: 08/04/2018

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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