Eu olhei para ela, e já sabia.
Sabia desde o primeiro momento,
Não precisava ninguém me dizer.
Suas mentiras não diantariam,
Porque eu sabia desde o começo
Eu sempre soube.
Não me venha com ladainha, com essa de
Sou homem pra casar
Estou sabendo de tudo
Ou quase tudo
Porque sou dessas que sentem
Até a garganta
E vou esculpindo estranhos modos de sentir
Aperfeiçoando meu estrangulamento
Enquanto meu rosto toma a forma da inadiável certeza
Porque eu sei, eu sinto, eu sempre soube
Não adiantava essa cara de
Tenho palavra
Tem palavra mas tem pau
Tem pau e eu ressentimento
Porque fui ensinada a sentir e a amarrar a saia
Cruzar as pernas, feito moça de família.
Porque as outras são paridas do vento,
Eu não. Tenho a modéstia de setnri até a indecência.
Eu sempre soube
E agora pouco estou ligando para ensinamentos.
Vanessa Trajano
Postagens Relacionadas
Natal do órfão, de Santiago Vasques Filho
— “Mamãe, Papai Noel não veio ainda? No ano passado ele chegou tão cedo!…” E a mulher, voz…
230 visualizações
Menina de Piracuruca, por Francisco Magalhães
um cantar de lavadeira/ uma oração na novena/ cantilena de carpideira/ Diadorim com diadema/ toada de cego de…
394 visualizações
Prisão, de Alisson Carvalho
Ele não tinha nome, não tinha identidade, não tinha direitos, não tinha voz, não tinha qualquer filiação. Era…
861 visualizações
3ª edição da Exposição de Arte Alternativa Piauiense
Com o intuito de divulgar um lado artístico piauiense incomum e muitas vezes marginalizado, a Exposição de Arte…