Tem artista que escolhe a sua arte e aqueles que são escolhidos por ela, pois foi assim que aconteceu com a bailarina e coreógrafa Elizabeth Báttali, que foi laçada pelos prazeres da dança. A teresinense é formada em Licenciatura em História e está cursando especialização em Dança. Além disso, esteve na criação da Cia de Dança Equilíbrio, trabalhou no Núcleo de Atendimento Inter geracional (NAI-DIRCEU), onde ministrava aulas de dança para crianças, adolescentes e idosos em situação vulnerável. Estudou ballet na escola de Ballet Helly Batista, Le Ballet Studio de Dança e Luzia Amélia. Fundou e foi coreógrafa dos grupos Lume Cia De Dança (2005 a 2007) e da Báttali Cia de Dança (2010 a 2015) que era formada por crianças, jovens e adultos, sendo contemplada com várias premiações e ganhando destaque no cenário da dança local. Atualmente trabalha para a Fundação Cultural Monsenhor Chaves (FCMC) ministrando aulas de dança, inicialmente no Teatro do Boi e posteriormente no Teatro João Paulo II, onde atua até hoje. Elizabeth também ministra aulas de dança no Espaço Cultural Mestre Joaquim Carlota localizado na cidade de Bom Jesus e faz parte do Coletivo Projeto 8, composto por oito artistas que trabalham as possibilidades da criação. Elizabeth Bátalli é pura criatividade.
“Eu não sei o que eu seria se não fosse a dança ter me acolhido, eu posso dizer que a dança é a minha vida.” Elizabeth Báttali
Nome Completo: Maria Elizabeth Batista Lima
Descrição: Bailarina e coreógrafa
Data de Nascimento: 30/12/1979
Local de Nascimento: Teresina-PI
Perfil escrito pela Geleia Total
Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Noé Filho
Um quintal de criações
“Eu sempre gostei de alguma coisa que eu não sabia bem o que era, e quando eu era criança eu brincava fazendo algumas performances”, rememora Elizabeth Báttali. Nessa busca e experimentações artísticas algumas pessoas foram essenciais para a definição do caminho que a bailarina seguiria. As primeiras referências artísticas de Elizabeth foram a Xuxa e suas irmãs, que dançavam em quadrilha e escolas de samba de Teresina. Acompanhar as apresentações das irmãs criou na menina o desejo e a paixão pela dança, figurinos carnavalesco e todo o universo dos palcos. “O meu quintal era o meu laboratório de criação.” A ideia e vontade de ser bailarina permaneceu durante alguns anos nas brincadeiras caseiras e apenas na imaginação da menina. Posteriormente Elizabeth Báttali conhece o projeto social “Núcleo de Atendimento Inter geracional” (NAI) que possibilita a realização do sonho de dançar. Foi por meio do projeto que a bailarina conheceu o cenário da dança local e o quintal de criações se dilatou, tornou-se a própria cidade.
Um caminho na dança
“Eu não sei o que eu seria se não fosse a dança ter me acolhido, eu posso dizer que a dança é a minha vida”, comenta Elizabeth Báttali. A bailarina foi descobrindo um caminho, um lugar, a sua identidade na dança. Ela iniciou o seu contato com a dança no ano de 1999 por meio do projeto social do “Núcleo de Atendimento Inter geracional” que oferecia aulas gratuitas de dança para a comunidade do Dirceu. O seu primeiro professor de dança foi o bailarino e coreógrafo Negro Val que apresentou as possibilidades do mundo das artes. O vínculo com o bailarino ultrapassou a sala de aula e virou parceria, juntos os dois desenvolveram alguns projetos e continuam produzindo até hoje. “Quando eu entrei na sala eu percebi que tinha sido diferente, algo me tocou.”, comenta Elizabeth Báttali. A bailarina relembra que o grupo começou dançando danças populares, mas que a sua primeira apresentação no palco do Theatro 4 de Setembro foi com dança Afro e que envolvia outros projetos, como o de percussão compondo a parte musical da coreografia. Com esse grupo Elizabeth começa a experimentar outras linguagens da dança, então o nome Maria Elizabeth Batista Lima, que foi uma homenagem do pai à rainha da Inglaterra Rainha Elizabeth II, tornou-se Elizabeth Báttali e a bailarina fez dos palcos o seu reino e a sua casa.
O equilíbrio na dança
Elizabeth Báttali em parceria com o bailarino e coreógrafo Negro Val, Luis Carlos e outros bailarinos, fundaram a Cia de Equilíbio de Dança. Com o grupo a bailarina apresentou inúmeras coreografias e destaca o espetáculo de dança “Étnico” (2001) que significou a estreia do grupo e o seu primeiro espetáculo de dança abordando a diversidade da cultura brasileira. A paixão pela dança passou a ser uma profissão e a bailarina sentiu-se confortável para montar o seu próprio trabalho, agora como coreógrafa. Posteriormente com a saída de Negro Val do NAICA Elizabeth Báttali assume o projeto e cria o grupo de dança de mulheres, posteriormente cria a Báttali Cia de Dança. Então a bailarina passou a ministrar aulas de dança, ofício que conserva até hoje. As experiências tanto dançando como coreografando foi ganhando reconhecimento já nos primeiros trabalhos e a aceitação do público serviu como incentivo para mergulhar cada vez mais no oceano de possibilidades da dança. E foi justamente a ânsia pelas pesquisas dentro da dança que levaram a bailarina para se integrar ao coletivo “Projeto 8” junto de oito artistas que compartilham experiências e experimentam criações, performances e ideias. O grupo “Projeto 8” já montou e apresentou diversos espetáculos como “Amores”, “Peças de um Quebra cabeça piauiense”, “Corpo Piauiês”, “Fábrica”, “Morfodeu” e a performance “Beijos pela Última vez”. “A dança não inicia e nem termina no movimento. Ela é o que me move, o que me faz a
“A dança não inicia e nem termina no movimento. Ela é o que me move, o que me faz acordar no outro dia.” Elizabeth Báttali
Um sono furtado pela inspiração
“Eu gosto da dança, eu gosto do movimento, eu gosto do pensamento, eu gosto de criar e do contexto geral”, diz Elizabeth Báttali. A bailarina conta que o seu processo criativo é bem espontâneo, sem um método rígido e que pode surgir a qualquer momento, inclusive de madrugada, muitas vezes lhe roubando o sono. Elizabeth descreve que tudo pode motivar a criação e inspiração, pois vive em estado criativo constante já que ela é uma pesquisadora do movimento. O trabalho como coreógrafa foi ganhando mais força e a bailarina confessa que é a sua grande paixão, suas incursões aos palcos diminuíram para dar espaço às suas obras expressas no corpo de outros bailarinos. Dentre os trabalhos como coreógrafa, destaca-se a participação no clipe “O baile” da Banda Validuaté no qual ela mostra toda sensibilidade e força dos bailarinos em diálogo com a música. “Eu amo coreografar, eu me sinto muito confortável coreografando”, comenta.
Existência e resistência
Elizabeth Báttali já participou de vários espetáculos nesses anos todos dedicados à dança. Do espetáculo “Étnico” ao “Resistência” foram muitos anos de intensa pesquisa e trabalho. “Resistência” representou um grito, um manifesto contra tudo que atravessa a trajetória do profissional da dança, é o existir e resistir diante das adversidades impostas pelo mundo. Diante dessas inquietações que costumam ser frequentes no dia a dia dos profissionais da arte, Elizabeth Báttali usa a própria arte para expressar e resistir contra o desrespeito sofrido pelos profissionais da dança. E ela relata que a dança transforma a vida das pessoas, os trabalhos desenvolvidos ao longo da sua carreira com jovens e adolescentes em situação de risco mostraram o impacto da arte nas comunidades periféricas. E foi justamente trabalhando com esses jovens que Elizabeth Báttali aprendeu a lidar com as particularidades dos alunos e a entender o poder que a dança tem.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Um espaço especial chamado dança
A dança ocupa um espaço importante na vida da bailarina Elizabeth Báttali, um lugar especial que ultrapassa a profissão, é uma paixão íntima e que está tão entrelaçada na vida da artista. Por isso ela afirma que seria impossível separar esse universo no qual ela foi construída e construiu. A bailarina já apresentou em inúmeros palcos com espetáculos importantes para a história das artes piauiense. Além disso, ela sempre esteve envolvida com projetos sociais, da mesma forma como descobriu uma razão e sentido na dança, Elizabeth tenta levar a dança para outras pessoas. O trabalho de formiguinha, levando arte para as periferias já mudou a vida de muitos jovens. Ela ajudou no processo de formação e aperfeiçoamento de muitos bailarinos de destaque na cidade e contribuiu com muitos profissionais da cidade. Elizabeth Báttali é uma referência na vida de muita gente, não só de bailarinos e ela afirma que a dança é para todo mundo. “Eu gosto de respeitar o corpo de cada um, pois cada um é um mundo, é um corpo diferente”, comenta Elizabeth Báttali.
Contatos
facebook.com/elizabeth.battali
instagram.com/elizabethbattali
+55 86 99927-1108
Fotos
Vídeos
Espetáculos atuando como bailarina
Teresina 147 anos (2000);
“Nativus” (2000);
Étnico (2000);
La Sylphid (2002);
Povos que dançam Teresina (2002);
O Corsário (2003);
Copélia (2004);
O espaço quando ninguém ver (2004);
Lendário Piauiense (2005);
Quatro (2007);
Elis vive (2002/2007);
Por baixo dos panos (2007);
Mulheres Plurais (2004/2007);
A vida íntima de uma galinha (2007/2008);
Todo Lado (2008);
Dançando onde o povo estar (2008/2010);
Sobre Páginas (2010);
Álvaro de Campos em Pessoa (2012);
O que você sempre quis saber e os seus pais nunca contaram (2013).
Espetáculos atuando como coreógrafa
Espetáculo “Contato” (2006);
A pequena vendedora de fósforo (2012);
Espetáculo “Recortes” (2013/2014);
“Ringue Klauss Viana de Dança Contemporânea” (2013);
Espetáculo de Natal “Luz” (2013);
Espetáculo “Pixel” (2012/2013);
Poemas dançados em parceria com a banda Os Olivêra (2010);
Espetáculo “Construção” (2010);
Musical Palmares (2010/2014);
Espetáculo Amores (2015/2018);
Caravana da Rabeca de Natal (2015);
Peças de um Quebra Cabeça Piauiense (2015/2016);
Beijos pela Última vez (2016);
Corpo Piauiês (2017);
Morfodeu (2017);
Fábrica (2017);
Resistência (2018).
Outras fontes
https://cidadeverde.com/noticias/218351/cidade-viva-divulga-espetaculo-de-danca-amores
http://ciaequilibriopiaui.blogspot.com/2007/08/
Última atualização: 27/05/2018
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