Állex Cruz: um pesquisador das artes

Állex Cruz é bailarino e ator natural de Teresina-PI. Já trabalhou como coreógrafo, preparador corporal, intérprete, professor de teatro e dança. Faz parte do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, da Cia Conexão Street, atualmente atua como professor de Dança na Escola Estadual Lenir Argento e é integrante da Casa Di Menina. Participou dos espetáculos de dança “Mixtape”, além de coreografias como “Nuance” (2016), “Potergeist” (2017), “Anúbis” (2017), “Volta” (2019), entre outras. Já no teatro Állex Cruz apresentou as peças “O gato com botas” (2013), “O rei da vela” (2014), “As aventuras de Negro Chico e Catirina” (2014-2016), “Boa noite Cinderela” (2014), “Zumbeats: escola de monstros” (2015),
“Geleia Geral” (2015), “Os Salvados” (2016), “Pinóquio e Gepeto ao sabor do vento”
(2018), “Sonatas de Amores, Não” (2019), projetos como o “Ciclo de Leituras Dramáticas”, “A Hora do Angelus” e “Confluências do Teatro Brasileiro”, entre outros. A prática intensa e disciplina de Állex está presente nas suas construções, sua paixão pela arte se traduz também nos objetivos do artista que estão associados a tocar o máximo de espectadores possíveis, já são 10 anos dedicados à arte.

Foto: Ana Cândida

“Eu não quero ser outra coisa, eu quero trabalhar com a minha arte até o último dia da minha vida.” Állex Cruz

Nome Completo: Carlos Alexandre Vieira da Cruz
Descrição: Ator e bailarino
Data de Nascimento:
28/11/1994
Local de Nascimento: Teresina-PI
Escrito por:
 Alisson Carvalho
Revisado por: Joana Tainá

Nascido para a arte

Filho de piauienses vindos de Divinópolis e Soares, zona rural de União-PI, Állex tem fortes ligações com essas regiões, mas nasceu em Teresina, onde cresceu e se desenvolveu artisticamente. Tem gente que nasce para as artes, assim foi com ele, que desde a creche, nos primeiros anos de contato com o ambiente escolar, já começou a se envolver com dança, desenho e teatro. Állex relembra que eram nos momentos de festividades que a sua aptidão pelas artes podia ser explorada, pois era o momento de criação de suas encenações e coreografias, desses eventos ele destaca as apresentações do dia das mães, das festas juninas e do Natal que contavam com o apoio da sua mãe, das professoras e diretoria.

Foto: Mikael Costa

Quando todos os caminhos levam para as artes

Em 2009 Állex perde sua mãe, com isso sua vida entra em outro processo devido a sua mudança de residência e adaptação à nova realidade. Nesse período sua vida artística fica estagnada enquanto elu passa pelo processo de luto, até que Állex é colocado no elenco da peça “O Alto da Barca do Inferno” com outros alunos da turma, essa atuação comove o público escolar e desperta de novo a necessidade de Állex retornar para as artes. Então Állex experimenta produzir peças para a escola e também retoma os trabalhos com a dança escolar. Era um momento do ensino médio e todas as atenções começam a se voltar para futuro e o que os estudantes deveriam escolher para o vestibular, até esse momento Állex ainda estava indeciso com que curso escolher, porém mesmo com a pressão para entrar na universidade elu tinha a certeza que seria artista e quando soube da existência da escola de teatro em Teresina procurou visitar o local. Depois desse momento, já com a certeza da aprovação no curso de História, Állex foi atrás do seu outro objetivo: matricular-se na escola de teatro.

O papel da escola técnica de teatro

Engana-se quem achar que Állex iniciou nas artes ingressando na dança, ele se matriculou na Escola Técnica de Teatro Gomes Campos logo após o ensino médio, em 2013. A escola de teatro veio no momento que Állex precisava, pois foi importante encontrar âncoras com a perda materna e as atividades ajudaram a se concentrar em atividades que deram prazer à intérprete. A peça de teatro de estreia de Állex no teatro foi “O gato com Botas” montada pelo W. Grupo de Teatro. Meses depois Állex entra para a Cia Conexão Street que além de trabalhar dança também tinha trabalhos voltados para as artes cênicas. Depois disso, Állex começa a participar de performances e peças incansavelmente, dessa forma todo o seu tempo é ocupado com essas experiências.

“Arte representa o meu Ser Humano, a minha espiritualidade, o meu corpo por inteiro, meu espírito por inteiro, sou eu, é minha vida e meu caminho.”

Fotos: Geirlys Silva

O sacrifício pela arte

“Eu tenho a sorte de ter muito apoio da minha família, tanto com a minha sexualidade, quanto no meu processo de entendimento como pessoa LBGBTQIA+ e também no meu trabalho artístico.”
Állex Cruz é um artista tão dedicado que muitas vezes precisou sacrificar seu tempo com a família para focar nos ensaios. Essa é uma das realidades de quem investe nas artes, pois, em apresentações, muitos momentos especiais e datas importantes são substituídos. Um dos momentos importantes nessa trajetória aconteceu com a Cia Conexão Street, pois é o grupo onde ele se encontra como artista da dança, além disso a sua primeira coreografia no grupo foi contemplada no Festival de Dança e, posteriormente, “Zumbeats: escola de monstros” (2015) dá a Állex o prêmio de ator revelação no troféu “Os melhores do Teatro Piauiense”.

O que sustenta a criação

Em 2018 Állex Cruz começa a trabalhar como diretora coreográfica do espetáculo MIXTAPE e passa a pensar mais sobre a ideia da criação artística. Állex conta que seu processo de criação se acontece de forma variada, não existem fórmulas prontas, pois cada situação exige da artista energias, esforços, olhares, provocações e técnicas diferentes.
“Muitos dos meus processos surgem de incógnitas, de provocações. Isso não me deixa estática, eu tenho, graças a Deus e aos Orixás, isso de me encontrar mesmo nas dúvidas. As minhas dúvidas não me estagnam, elas sempre me fazem caminhar.”
Segundo a artista, não tem como desprender as vivências do cotidiano do fazer artístico, por isso o seu entendimento como pessoa preta, como pessoa não binárie e como umbandista atualmente interfere na sua forma de criação.
“Laboratório, pré laboratório e o estudo de pesquisa também faz parte do meu processo no teatro.” A artista frisa que a arte é um meio pelo qual ela expressa a sua criação, dessa forma não há separação entre os fazeres artísticos, a vivência com a dança e o teatro estão intimamente entrelaçadas.

 

Os braços que acolhem toda as corpas

“A maior inspiração na minha vida é a minha mãe. Atualmente a minha umbanda me inspira, a minha família me inspira, as pessoas com quem eu trabalhei e trabalho me inspiram, minha dança me inspira, a ballroom me inspira e o Coletivo Piauhy Estúdio das Artes me inspira muito. A busca por me entender como artista me inspira”, frisa Állex Cruz.
Na ballroom Állex encontra o acolhimento de sua casa (Casa Di Menina) e de quem ela é, além de presenciar a celebração das corpas travestis, corpas trans, corpas pretas e corpas periféricas, enfim, de todos os corpos. Foi na ballroom que Állex teve consciência da sua pretitude e da sua identidade de gênero.
Segundo Állex Cruz, durante essa década desenvolvendo suas pesquisas na arte, sempre existiu a busca para romper as barreiras sociais, tentando levar suas criações às pessoas, nunca permitindo que as dificuldades se impusessem nesse caminho, afinal para Állex a arte tem um poder de transformar vidas e a arte exige do artista um aprimorar-se a todo instante.
Állex Cruz é inspiração para muitos artistas engajados nesse compromisso de pesquisar a arte, independente de linguagens e estilos.

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Teatro

  • Produção do I Encontro Nacional Confluência do Teatro Brasileiro, 2021;
  • 37° Edição do Ciclo de leitura dramática: Especial Cenas curtas, 2021;
  • Faz parte do elenco do espetáculo “Sonatas de Amores, Não” (do Coletivo Piauhy Estúdios das Artes sob Direção de Adriano Abreu), 2019;
  • Com o espetáculo Pinóquio e Gepeto ao sabor do vento circulou pelo projeto SESC Amazônia das Artes (Projeto de Circulação), 2019;
  • Fez parte do projeto A Hora do Ângulos “O feminismo que habita em mim” pelo Coletivo Piauhy Estúdios das Artes com Direção: Silmara Silva em 2019;
  • Participou como ator do Projeto Ciclo de Leituras Dramáticas: “O Anjo Negro”, “A dança do Boi Estrela” pelo Coletivo Piauhy Estúdios das Artes sob Direção de Adriano Abreu, Silmara Silva em 2019;
  • Estreou o espetáculo Pinóquio e Gepeto ao sabor do vento no Coletivo Piauhy Estúdio das Artes sob Direção de Adriano Abreu em 2018;
  • Fez parte da segunda edição do projeto A Hora do Ângulos pelo Coletivo Piauhy Estúdios das Artes com Direção de Adriano Abreu em 2018;
  • Estreou no projeto A Hora do Ângelus pelo Coletivo Piauhy Estúdio das Artes sob Direção de Adriano Abreu em 2017;
  • Participou do Projeto Ciclo de Leituras Dramáticas com o Coletivo Piauhy Estúdio das Artes sob a Direção de Adriano Abreu em 2017;
  • Estreou o espetáculo Experimento N°1 como finalidade de entrar no elenco de atores do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes com Direção de Adriano Abreu em 2017;
  • Auto da folia de Reis/ Grupo Corpus de Teatro independente/Direção: Adalmir Miranda, 2016;
  • Participou como ator convidado do espetáculo Os Salvados pelo Grupo Raízes do Teatro sob Direção de Wilson Costa em 2016;
  • Foi ator convidado na apresentação de esquete “1 hora na Delegacia da Polícia da Mulher” com Direção de Maneco Nascimento, Célia Lopes e Isis Baião em 2016;
  • Foi ator convidado na apresentação de esquetes “Arrumação (esquetes de comédia)” sob Direção de Isis Baião em 2015;
  • Fez parte do elenco de Geleia Geral pela VR Produções e Cia de Dança e Teatro Conexão Street sob Direção de Vitorino Rodrigues em 2015;
  • Fez parte do elenco de formação em Técnico em Teatro no espetáculo Bailei na Curva pela Escola Técnica de Teatro e Direção de Marina Marques em 2015;
  • Compôs o elenco de espetáculo de dança e teatro Zumbeats: A escola de Monstros pela Cia de Dança e Teatro Conexão Street sob Direção de Márcio Felipe em 2015;
  • Fez parte do elenco do espetáculo Boa Noite Cinderela pela VR produções e Cia de Dança e Teatro Conexão Street com a Direção de Vitorino Rodrigues em 2014;
  • Compôs o elenco do espetáculo As Aventuras de Negro Chico e Catirina pelo Grupo Utopia de Teatro com Direção de Chico Borges em 2014 à 2016;
  • Foi ator convidado no espetáculo O Rei da Vela pela Escola Técnica de Teatro com Direção de Chiquinho Pereira em 2014;
  • Estreou a carreira no espetáculo infantil O Gato com Botas pelo W. Grupo de Teatro/ com a Direção de Well BM em 2013.

Dança

  • Professor de Danças Urbanas na Escola Estadual de Dança Lenir Argento em 2020 e segue em cargo;
  • Esteve como Bailarino no solo de dança “Volta”, coreografia em parceria com Vanessa Quaresma, 2019;
  • Foi corégrafo da coreografia Vidas secas em estilo livre, e ao lado de Ariel Eloi dirigiu a coreografia Curto Circuito, ambas no Festival de dança de Teresina pela Cia de Dança e Teatro Conexão Street em 2019;
  • Esteve sob direção e como bailarino no espetáculo “MIXTAPE” apresentado no projeto “Teresina em Dança” pela Fundação Monsenhor Chaves em 2018;
  • Participou como bailarino na Coreografia Urbe dirigida por Ariel Elo,2018;
  • Coreografou o conjunto estilo livre “Famme” apresentada no Festival de dança de Teresina pela Cia de Dança e Teatro Conexão Street em 2018;
  • Foi Bailarino convidado pelo grupo PROJETO 8 na coreografia “Beijos pela última vez (ontem e hoje), soa Direção de Elizabeth Bateli, 2018;
  • Fez parte do elenco da coreografia Anúbis, sob a Direção de Márcio Felipe Gomes, 2017;
  • Foi coreógrafo e Bailarino no solo “Potergeist” no Festival de dança de Teresina pela cia de Teatro e Dança Conexão Street, 2017;
  • Participou como bailarino convidado no grupo Processo Atma Adriara, 2017;
  • Compôs o elenco para coreografia Nuance apresentada no Festival Internacional de dança Passo de Arte de Indaiatuba- SP, 2016;
  • Fez parte do elenco como bailarino nas Nuance, Impulso e apresentadas no Festival de dança de Teresina com a Direção de Márcio Felipe Gomes, 2015;
  • Participou como bailarino da coreografia Zumbeats no Festival de dança Passo de Arte de Fortaleza – CE sob a Direção de Márcio Felipe Gomes, 2015;
  • Compôs o elenco de espetáculo de dança e teatro Zumbeats: A escola de Monstros pela Cia de Dança e Teatro Conexão Street sob Direção de Márcio Felipe em 2015;
  • Participou como bailarino na coreografia Elementos no Festival de dança de Teresina pela Cia de Dança e Teatro Conexão Street com Direção de Márcio Felipe Gomes em 2014.

Última atualização: 10/04/2023

 

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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