Talita do Monte contando e encantando corações

“O grande desafio do artista é tentar mostrar o quanto a arte é fundamental pra vida”, diz Talita do Monte. A atriz, que é referência na contação de histórias, é natural de Teresina, formada em Pedagogia pela FAESP (2013) e em Artes Cênicas pela Escola Técnica de Teatro Gomes Campos (2008). Além dos muitos talentos, Talita é escritora e já participou da antologia “Blasfêmeas: Elas Entre Poemas e Prosas” (2014), já ministrou inúmeras oficinas em diversos municípios piauienses e Universidades sobre a arte de contar histórias. Talita também participou de peças como “As Bruxas estão soltas”, “Umas e outras de João Trancoso”, “A incrível pedra fina”, “O Auto da Folia de Reis”, “Womans, Delicados Amores”, entre outras. Enveredou também pelo audiovisual como âncora em filmes e campanhas políticas, destaca-se o protagonismo no curta “Partida” e na propaganda “Pró Jovem” promovida pela prefeitura de Teresina. A atriz e contadora de histórias já participou de turnês por Culiacan no México e Patagônia na Argentina, e tem uma vasta experiência com o teatro infantil.

“O grande desafio do artista é tentar mostrar o quanto a arte é fundamental pra vida.” Talita do Monte

Nome Completo: Thallyta Castelo Branco Vasconcelos

Descrição: Atriz e contadora de história

Data de Nascimento: 19/04/1984

Local de Nascimento: Teresina

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

Atriz desde a infância

Desde a infância, Talita do Monte já despertava a atenção da mãe com o talento e suas brincadeiras de imitação da personagem Velha Biga, interpretada pela atriz Ângela Leal, da novela Ana Raio e Zé Trovão. A menina nutria um medo e fascinação pela personagem televisiva e, mesmo assim, arriscava imitá-la. Ainda com cinco anos de idade, a teresinense mudou-se com a família para Brasília, onde fez a primeira oficina de teatro, que acontecia muito longe da sua residência e demandava um esforço hercúleo da sua mãe para sustentar o sonho da filha. Foi a partir dessa experiência com a oficina de teatro que ela percebeu o gosto pela criação. As suas primeiras leituras extracurriculares também aconteceram nesse período, mais especificamente na biblioteca da escola, e ela relembra que a obra mais marcante desse tempo se chama “A casa Sonolenta”, de Audrey Wood. Talita do Monte, mesmo sem influências diretas, sempre esteve ligada à criação de personagens e foi transformando a brincadeira em algo mais sério.

O encontro com o teatro

De volta à Teresina, Talita do Monte ingressa no Instituto de Educação para cursar Pedagogia a experiência acadêmica com a prática de ministrar seminários nunca amedrontou a artista, só despertava mais interesse pela oratória. Era nas apresentações dos seminários que Talita podia exercer a criatividade contida, por isso sempre buscava formas diferentes de apresentações. Foi no Instituto de Educação que Talita do Monte participou da sua primeira oficina de teatro, a oficina foi ministrada pelo diretor Walfrido Salmito e a partir desse momento ela envereda de vez no mundo das artes cênicas. A primeira peça que Talita do Monte participou foi “As bruxas estão soltas” que foi apresentada no auditório do Instituto de Educação e posteriormente passou a circular nas escolas. “A primeira vez que subi no palco foi como se eu tivesse me encontrado, como voltar para casa. No teatro eu me encontro”, diz Talita do Monte.

Diálogo artístico

Como atriz, Talita do Monte considera a sua passagem por várias direções algo essencial na construção do seu conhecimento, pois foi a partir dos diversos olhares que ela construiu sua própria forma de dirigir, colhendo um pouco dos saberes de cada encenador. “Acho que essa diversidade de olhar é essencial para a formação do ator. O olhar de vários diretores é essencial para a formação, pois às vezes o ator se engessa numa situação”, frisa Talita. A atriz nunca temeu os palcos, sempre se jogou fundo nos papeis e nas propostas apresentadas. Assim, experimentou de tudo um pouco: desde a comédia até o drama. Talita nunca precisou ter apoio para buscar os seus objetivos artísticos, principalmente por ter a certeza da seriedade do seu trabalho. Paralelo ao curso superior, a atriz ingressou no curso técnico de teatro da Escola Gomes Campos e se afastou dos palcos para mergulhar mais no estudo tanto da área da Educação quanto das Artes Cênicas, bem como para se dedicar à maternidade. “Pra mim, a arte e a educação são os pilares que sustentam a minha vivência.”

“A contação de história representa a maneira de ver a vida. Eu vivo, vejo e sobrevivo como contadora de história” Talita do Monte

Dos griôs aos contadores

Com a maternidade, a atriz Talita do Monte foi motivada a trabalhar. Por não se interessar pelos empregos convencionais ligados ao comércio, ela quis uma alternativa que tivesse mais relação com as artes. Passou por algumas atividades como produção cultural, no Salão Internacional de Humor do Piauí, e coordenou um Ponto de Cultura no Município de Água Branca. Com o objetivo viver de arte, ela uniu a pedagogia ao teatro e começou no ramo de contação de histórias. “A contação de histórias é a arte da narrativa. O contador de histórias tem o papel de mostrar que a contação é fundamental na construção de uma educação mais ética, holística e dinâmica”, aponta. Talita do Monte acredita também nessa arte para a transmissão dos valores, que, desde os griôs (palavra africana que designa os mestres que transmitem seus conhecimentos pela oralidade), vem exercendo um papel essencial para a memória e para a cultura dos povos. Recentemente, junto com seu companheiro Chagas Vale, tem visitado diversos municípios piauienses levando na bagagem oficinas de revitalização de grupos de reisado, teatro de bonecos e oficinas e apresentações de contação de histórias.

A construção das personagens

As criações de Talita do Monte acontecem de modo espontâneo, sem um método muito rígido. Ela gosta de sentir o texto e ir experimentando as possibilidades corporais que o texto disponibiliza e de transpor para o corpo todas as sensações nas primeiras leituras. O rito da atriz para se apropriar do texto costuma passar pela leitura em voz alta, a fim de sentir as tonalidades testadas. E, como uma pessoa desapegada das regras, ela conta que prefere ir testando o potencial da criação, usando símbolos para transmitir as suas ideias. Talita do Monte confessa que está constantemente pensando na contação de histórias, sempre criando ou pensando nos adereços das suas personagens. A contação de histórias levou a atriz para um universo até então não explorado: a direção. Talita do Monte se tornou atriz, diretora e produtora dos próprios espetáculos. Ela mesclou os conhecimentos dos palcos com a contação de histórias para criar um caminho próprio, algo que passou a ensinar nas suas oficinas de formação. A atriz e contadora de histórias pontua que, para ser um contador de histórias, a pessoa tem que amar a profissão.

A interdisciplinaridade da contação de histórias

A contação de histórias é uma ferramenta pedagógica que tem um potencial gigantesco, pois tem o caráter interdisciplinar e um poder eficiente na transmissão das ideias. E Talita do Monte entra no cenário, nesse lugar no qual a arte se torna seu elemento de combate. Como uma apaixonada pelo ofício, a atriz é uma defensora dessa arte e aprendeu a ver o mundo de forma diferenciada. A partir da contação de histórias, aprendeu a desconstruir a própria ideia que tinha sobre a infância. De tanto olhar as crianças em pé de igualdade, a atriz ganhou o respeito, admiração e carinho desse público. A paixão, que se transformou em ofício, fez com que ela se entrelaçasse completamente com as artes e se tornasse mais que uma educadora, se tornasse uma pesquisadora na área.

Contatos

facebook.com/talita.domonte

Instagram.com/talitadomonte

E-mail: talitadmonte@hotmail.com

Fotos

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Vídeo 

Espetáculos

Turnê Teatro de Bonecos nas Escolas Municipais de Teresina

A Batalha do Jenipapo

As Bruxas estão soltas

Umas e outras de João Trancoso

A incrível pedra fina

A festa encantada

O Auto da Folia de Reis

Womans, Delicados Amores

Trabalhos de Amor perdidos

A Batalha do Jenipapo

Obras

Malu Maluca (2016)

Outras fontes

http://francinopolis.pi.gov.br/site/noticia/500

https://www.humanasaude.com.br/doses-de-cultura/feira-do-livro-infantil-e-quadrinhos-do-piaui-fliqpi-comecou,38562

 

Última atualização: 11/03/2019

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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