Autor piauiense participa da antologia “Farras Fantásticas” que mistura cultura nordestina com ficção especulativa

O autor teresinense Auryo Jotha é um apaixonado pela literatura e outras formas de entretenimento que envolvem ficção científica, terror e fantasia. A curiosidade por descobrir coisas novas e a vontade de criar fizeram do leitor um contista, que busca sempre trazer elementos do seu cotidiano e do imaginário local em suas histórias. Ele é um dos autores que estará na antologia Farras Fantásticas e que está com uma campanha de arrecadação no Catarse.

A antologia  reúne 18 contos de autores de todos os estados do Nordeste, misturando tradição e invenção. As histórias se passam em festas regionais, como São João, Reisado e Bumba Meu Boi, povoadas por viajantes do tempo, lobisomens, fantasmas e outros seres encantados.

O livro é uma homenagem à cultura popular do Nordeste e, ao mesmo tempo, fala com os tempos atuais, trazendo novas reflexões e leituras diversas.

Cada autor pegou uma festa de seu estado e adicionou um toque de imaginação. Fazem parte da antologia nomes como Márcio Benjamin (que será publicado pela Darkside em 2021), Fernanda Castro (autora de Lágrimas de Carne, da Dame Blanche) e Thiago Lee (escritor da obra A Maldição do Carneiro de Ouro). Os organizadores são Ian Fraser, João Mendes e Ricardo Santos.

A campanha da antologia Farras Fantásticas no Catarse vai até o dia 20 de junho. Além do livro físico e do e-book, apoiadores podem adquirir diversas recompensas, como marcadores, pôsteres, outros títulos dos autores, uma oficina literária e muito mais.

Sobre Auryo Jotha

Nasceu em 1995, em Teresina-PI. Foi fisgado desde cedo pela literatura e outras formas de entretenimento que envolvem ficção científica, terror e fantasia. A curiosidade por descobrir coisas novas e a vontade de criar fizeram do leitor um contista, que busca sempre trazer elementos do seu cotidiano e do imaginário local em suas histórias. Autor do conto Pássara (Grupo Lendari), participante da antologia Farras Fantásticas (Editora Corvus). Foi um dos ganhadores do prêmio The Wattys de 2018 com um livro de contos. Tem histórias publicadas em antologias como As Crônicas da UniFenda (Plutão Livros), Terror na Amazônia (Pará.grafos) e Mitografias – Volume III: Mitos de Trindade.

Entrevista

Como foi o processo de criação do conto para a antologia?

Foi um pouco conturbado. Escrevi no meio desse contexto de pandemia e isolamento social, isso meio que me minou as forças para qualquer trabalho com arte. Joguei várias ideias no mato até encontrar uma que desse animo para virar história, enquanto isso o prazo de entrega do conto ia correndo. No fim, deu tudo certo. A parte de revisão depois dos comentários dos organizadores da antologia e da leitura crítica foi bem mais tranquila. Gosto dessa fase de edição, porque o texto já está pronto, então é só refinar, cortar coisas, tampar furos no roteiro, acrescentar detalhes, tirar vícios da escrita etc.

Em que você pensou ao compor a história?

A ideia da antologia é pegar uma festa popular e colocar elementos fantásticos na história. Pensando nisso escolhi retratar as festas de reisado, que acontecem no fim e no começo do ano. O mais difícil foi escolher o que entraria ou não, já que cada grupo de reisado tem suas peculiaridades, isso torna uma festa bem diferente da outra.

Mesmo que o conto não faça referência direta à pandemia, ela acabou influenciando na construção da história por conta de uma perda, que apesar de não ter sido por covid foi dias antes do primeiro lockdown em Teresina. Foi com tudo isso em mente que comecei a pensar nas temáticas: tradição-modernidade, relação neto-avô, passar histórias adiante etc.

Quais as suas referências? Você diria que escreve em qual estilo?

Gosto muito de misturar os subgêneros da ficção especulativa (fantasia, terror e ficção científica) e pegar elementos ao meu redor: um diálogo que ouvi, um trejeito de algum conhecido. De referências literárias não sei se teria uma única fonte inspiradora, as coisas funcionam para mim de uma maneira mais pulverizada. Se for para falar algum nome: eu sou apaixonado pela escrita do Assis Brasil, com o jeito que ele brinca com as palavras; e também pela do O. G. Rego de Carvalho, que traz umas transições de presente-passado fantásticas. Além disso, nos dois, há a presença de lendas, costumes daqui o que deixa um quentinho no coração. O conto para o Farras Fantásticas talvez dê para classificar como realismo mágico com doses de terror, não sei ao certo, sou horrível com esses rótulos.

Ajude o autor a concretizar esse projeto!

Link da campanha:

www.catarse.me/farras

Link do vídeo de divulgação:

https://www.youtube.com/watch?v=iObKmgisUFA

Link do material de divulgação:

https://t.me/joinchat/chmhbLnfXOJhMGYx

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