Como irá ficar a classe de trabalhadores culturais e microempreendedores após a proibição do carnaval público?

O novo decreto do governo do Piauí e de demais estados do país, proíbe realização de festas e carnaval, devido à nova cepa do coronavírus (Covid-19), a ômicron, em conjunto com a gripe ‘influenza’, o número de casos de pessoas doentes em leitos de hospitais subiu drasticamente em poucos meses. De certa forma, é plausível essa medida para diminuir o número de casos dessas doenças. Porém, o que a mídia tradicional não aborda, foi de suspender o carnaval público produzido por apoio de prefeituras e órgãos estaduais que democratizam essa celebração da vida para a população.

 Todavia o carnaval de empresas privadas continua a todo vapor, apesar do decreto estadual mencionar público e privado, sabemos muito bem que quem possui dinheiro vai curtir seu carnaval sem problemas. Os bares e casas noturnas das regiões da cidade de Teresina já fazem seus cartazes e posts de festas durante o carnaval. Segundo as Guardas Civis Municipais, Polícia Militar e Polícia Civil vão fiscalizar os locais, averiguar o cenário se realmente estão cumprindo com o uso obrigatório de máscara e do distanciamento social. Mas, sabemos que isso não irá intervir nesses eventos.

 Na perspectiva do produtor cultural e multiartista, Richard Henrique, traz anseios sobre seus trabalhos, apesar de saber sobre essa intervenção ser um fator necessário para o combate da pandemia, com todas as recomendações feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate do coronavírus. “A inspeção das festas não é igualitária”, alega o produtor.

Richard – Acervo pessoal – Instagram

 “Promover lives de carnaval, por mais que as pessoas estejam saturadas disso ou desinteressadas em assistir, mas geram rendas para essas pessoas que trabalham com cultura… Porém, o problema não está no decreto, mas na corrupção da fiscalização e da falta de iniciativas que beneficiem a classe artística, como editais e projetos financiados pelo governo”, afirma o produtor que exige fiscalização, efetividade, igualdade e soluções para os trabalhadores culturais. De fato, sabemos de casos de corrupção vindo dos órgãos responsáveis pela fiscalização que beneficiam uma parte dos eventos ocorrentes, não só em Teresina, mas como no país inteiro.

 A necessidade de haver uma comunicação entre governo e setores culturais é essencial nessa colaboração para que ninguém saia prejudicado, sobre essas circunstâncias que estamos passando devido à pandemia. Antes de tudo, conversar sobre políticas públicas eficazes para os trabalhadores da cultura como produtores, artistas e microempreendedores.

Post de Jonas Di Andrade – Twitter

 Essa falta do carnaval público nas cidades brasileiras prejudica boa parte da população majoritariamente pobre, pois empreendem nessa época vendendo bebidas, comidas e acessórios para pôr uma grana na sua casa. Mas, a falta do auxílio emergencial, essas pessoas ficam sem saber o que fazer para lucrar durante essas datas comemorativas, prejudicando financeiramente sua vida, sem conseguir pagar uma conta ou até mesmo de pôr comida na mesa. Por isso, a sociedade precisa reagir a essa situação, partindo de nós mesmo, já que o setor político demonstra claramente que não irá intervir (até esse certo momento) para ajudar a classe cultural. E, nessa altura, o que você pode fazer para mudar isso?

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