Os fotogramas e o olhar de Antonio Quaresma

Antonio Quaresma de Sousa Filho é fotógrafo. Piauiense, natural de Campo Maior, nasceu em 27/01/1953, sob os signos de Aquário e Dragão. Graduado em Educação Artística, pela Universidade Federal da Paraíba; Mestre em Fotografia Artística, pela New York University/International Center of Photography; Doutorando em Teoria da Imagem, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (desenvolvendo o projeto de tese sobre Natureza Morta em Fotografia). É professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Piauí. Participou, ao longo dos últimos 30 anos, de várias coletivas no Brasil e exterior, realizando também exposições individuais em Teresina, São Paulo e New York, com fotos em acervos particulares de colecionadores do Brasil, França, Itália, Portugal, Alemanha e Estados Unidos. Apesar de ter trabalhado como documentarista, foi na arte que Quaresma se encontrou e pôde expressar sua identidade e conquistar o cenário das artes. Mesmo trabalhando como documentarista, permitiu-se experimentar e explorar diversas expressões artísticas.

 

 “A paixão pela fotografia começou quando um mundo invisível a olho nu se tornou visível para mim. Eu era estudante de medicina olhando, no microscópio, as formas que eu não via a olho nu, foi um mundo que se revelou. Era o mundo das formas, das bactérias, como eu era por dentro, como eu sou. ” Antonio Quaresma

Nome Completo: Antonio Quaresma de Sousa Filho

Tipos de arte: fotógrafo

Data de Nascimento: 27/01/1953

Local de Nascimento: Campo Maior-PI

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Noé Filho e Paulo Narley Pereira Cardoso

A infância do fotógrafo

Natural de Campo Maior, Antonio Quaresma sempre foi conectado com a estética e as artes visuais. Seus trabalhos incluem a fotografia documental e a foto como expressão artística. Quando pequeno, adorava ir ao “Cine Nazaré”, em Campo Maior, o que o instigou a sonhar em ser diretor de cinema. Ainda adolescente, mudou-se para Teresina, a fim de estudar e já com a perspectiva de alçar grandes voos. Posteriormente, iniciou o curso de Medicina, na Universidade Federal do Piauí, mas largou o curso para seguir seu sonho, mudando-se, então, para João Pessoa, para cursar Educação Artística, na Universidade Federal da Paraíba, onde finalmente pôde começar a investir na sua carreira. Sua atividade como professor na UFPI permite que ele mostre as linhas de trabalho, seus fotogramas e o processo de criação das suas imagens. Com isso, Quaresma  faz com que os alunos conheçam as diversas possibilidades e desenvolvam as suas próprias técnicas,  assim como seu próprio olhar.

 A inspiração

O contato de Quaresma com o curso de Medicina, mesmo que não concluído, transformou o seu olhar, pois essa experiência o inspirou, e ainda o inspira, na criação de suas obras, principalmente nas fotografias com vegetais, que trazem traços e formatos da natureza, explorando as cores e texturas. Quaresma ressalta a influência da descoberta do microscópio, que o despertou para todo um novo mundo de possibilidades visuais. O mundo invisível, descoberto pelo olhar preciso do instrumento que permitia ver as formas não vistas a olho nu, passa a se tornar acessível. “Era o mundo das formas, das bactérias, como eu era por dentro, como eu sou”, diz Quaresma. E mesmo antes, quando trabalhava com fotos documentais, o fotógrafo já tentava se expressar, pois queria ser desenhista, pintor, cineasta e trabalhar com imagem. “Eu era estudante de medicina olhando, no microscópio, as formas que eu não via a olho nu, foi um mundo que se revelou. Era o mundo das formas, das bactérias, como eu era por dentro, como eu sou”, pontua Antonio Quaresma.

 O olhar do fotógrafo

Sua primeira exposição foi na Galeria e Livraria Café Belas Artes de São Paulo e trazia paisagens etéreas e detalhes da matéria vegetal. Quaresma não parou por aí, viajou o mundo, registrando a arte, a cultura e a vida de várias regiões, como a Polinésia, a Grécia, os Emirados Árabes, entre outras. Permitindo-se conhecer diferentes óticas e explorar os estímulos do mundo. Entre as suas exposições, podemos destacar “LUZ”, na qual, com seus 30 trabalhos, evidenciou a versatilidade de suas imagens explorando o conceito de luz e toda uma variedade de possibilidades obtidas com a exposição da luz. Quaresma experimenta e brinca com a sua criatividade, mesmo com um trabalho consolidado que já ultrapassou os limites do Piauí, sempre seremos surpreendidos com o seu olhar particular sobre o mundo. “Só a arte nos humaniza, só ela nos salva, ela é a nossa maior conquista”, afirma Antonio Quaresma.

 

 “Só a arte nos humaniza, só ela nos salva, ela é a nossa maior conquista. ” Antonio Quaresma

O Sr. Chiquinho

Chiquinho, ainda em 1984, fotografado por Antonio Quaresma. Dentre os fotógrafos de instantâneos, conhecidos como Foto Taboca, que atuavam na Praça da Bandeira sob os pés de bambu, Sr. Chiquinho viria a ser, até os anos 90, o último lambe-lambe de Teresina, tema central do Master of Fine Arts (mestrado) de Antonio Quaresma, com o título de “Tempo e Identidade”, na New York University/International Center of Photography (ICP), de 1994 a 1996. As imagens foram adquiridas pela Washington Square Gallery, como melhor trabalho de 1996, na categoria Arte e Documento.

 As referências do fotógrafo

Sobre suas influências na fotografia, Quaresma destaca o fotografo suíço Ernest Haas, com a obra “The Crieation”, que ampliou os horizontes em relação a fotografar a natureza, formas, detalhes, areia, montanha, fogo, erupção de vulcão. A obra mostra os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) e traz uma diversidade de imagens instigando Quaresma a encontrar um caminho próprio, demonstrando seu cuidado em evitar o plágio, sempre sendo autêntico e original. Essa diferença entre ambos está justamente no mergulho dentro da matéria, tentando captar seus constituintes celulares, morfológico. Sua outra grande influência foi Man Ray. Além disso, admira o trabalho de Sebastião Salgado e dos piauienses José Medeiros, Aureliano Muller e Paulo Barros. Da nova geração de fotógrafos piauienses, ele ressalta o trabalho de Mauricio Pokemon. E, para quem deseja ser um fotógrafo profissional, Quaresma recomenda a leitura visual de tudo que se fez sobre fotografia, do começo do século XX até o digital, bem como ler sobre história da arte e saber o que é arte. É primordial conhecer a produção artística da humanidade, ficar atento ao que está sendo produzido atualmente, para sabe se localizar e ser sempre criativo, ter sensibilidade e tomar cuidado com o “elitismo” dentro da arte.

 O sexto sentido artístico

Antonio Quaresma acredita que seu sexto sentido como fotógrafo busca e encontra beleza nas coisas mais simples, tais como formas da natureza e artefatos produzidos pelo homem. Dessa forma, ele reproduz uma realidade com um novo olhar, dilata a ideia dos sentidos humanos e retrata esses sentidos nas suas obras, de forma abstrata. O resultado desse universo estético está nas imagens dos fotogramas de vegetais, assim como nas fotos de pessoas na singularidade do trabalho cotidiano. Explora a natureza transformada, com as texturas e formas dos vegetais, fazendo uso de camadas sobrepostas, abstraindo o orgânico. Sobre o processo criativo e a maturação da sua obra, o fotografo diz que o que, de fato, demora é passar para alguma superfície física. Como fotógrafo profissional, tem trabalhos publicados em livros e revistas internacionais de Arquitetura. A arte de Quaresma é provocadora, rompe modelos e revela a essência da natureza, sob o olhar da arte. Para o fotógrafo, “Só a arte nos humaniza, só ela nos salva, ela é a nossa maior conquista”.

 Contatos

photoartgaleria.com/

facebook.com/AntonioQuaresmaPhotoArt

Rua Gabriel Ferreira, 375, Centro/Sul.

Teresina, PI, Brasil 64001-250

Tel: 55 86 9 9982-1411

Fotos

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Vídeo

Outras fontes

http://www.capitalteresina.com.br/noticias/cultura/quaresma-apresenta-suas-obras-de-arte-que-conquistaram-o-mundo-25407.html

 

Data de atualização:28/08/2016

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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