O que fazemos hoje no futuro é história, por Noé Filho

Bastidores do show de 15 anos da Banda Validuaté. 12/07/2019. Foto: Renan Melo

Amanheço no meu tempo como quem acorda para o futuro. O nosso tempo dirá muito sobre quem somos no futuro. O que será esquecido? O que se tornará história? Como essa história será contada?

Lucas Coimbra se arrumando para o show da Banda Bia e Os Becks na Cumbucada Beach. 19/07/2019. Foto: José Ailson (Um Zé)

Para mim, a arte é uma das melhores maneiras de se compreender a história. Tanto que sempre gostei de estudar história por meio de filmes, músicas, quadros, por meio das artes em geral. Os artistas têm uma sensibilidade acima da média e conseguem absorver e comunicar com precisão e complexidade o espírito do tempo em que estão inseridos.

Estande da Geleia Total no SaLiPi 2019. Chiquinho Garra, Noé Filho e Alisson Carvalho. Foto: Paulo Tabatinga.

A arte que está sendo produzida hoje é um registro de grande valia para que as gerações futuras possam compreender os desafios do nosso tempo. E, por uma questão de perspectiva, nem sempre temos a dimensão da importância de registrar o máximo possível os caminhos criativos de nossos artistas.

Bastidores do show Josué Costa Trio. Bilheteria do Theatro 4 de Setembro. Alisson Carvalho, Talita Costa e Noé Filho. 26/07/2019. Foto: Ana Cândida

Uma foto dos bastidores de um show, hoje, é uma simples foto. Porém, daqui 3, 15, 50 anos, essa foto pode ter um valor imensurável. Apesar de estarmos imersos na sociedade do espetáculo, em que registrar e compartilhar vale mais do que viver, o cuidado na preservação desse material é mínimo. Registros importantíssimos de eventos culturais, de bastidores, de artistas acabam por se perder no tempo. O que dificultará a nossa capacidade de contar a nossa própria história. E não deixa de ser uma enorme irresponsabilidade com as gerações que estão por vir.

Foto tirada após o show Josué Costa Trio, no Theatro 4 de Setembro, com todos que fizeram parte do show. Paulo Dantas, Wellington Torres, Josué Costa, Felipe Vilarinho, Ivan Silva, Bruno Moreno, Ravi Annael e Sérgio Matos (da esquerda para a direita). 26/07/2019. Foto: José Ailson (Um Zé)

Nós da Geleia Total temos uma verdadeira obsessão por documentar, registrar e arquivar todo e qualquer material que detenha informações sobre a arte e a cultura do Piauí. Atualmente, já conseguimos catalogar e contar as histórias de mais de 130 artistas. Tenho total convicção de que pessoas que nem nasceram ainda agradecerão por estarmos preocupados com esse registro hoje. Nosso portal www.geleiatotal.com.br pretende ser um acervo da cultura e da arte piauiense, acervo este que felizmente só cresce com o passar do tempo. E, mesmo o material que não conseguimos publicar, está devidamente arquivado com todo o cuidado do mundo.

Que o crepúsculo do nosso tempo possa vir embebecido de boas memórias. Porque não há nada mais triste  do que ver arte e artistas sendo esquecidos pelo próprio tempo.

Por Noé Filho.

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3 comentários
  1. O texto possui uma sensibilidade incrível, tanto para a arte como para a história. Realmente o que fazem irá virar história. Parabéns!

  2. Fotografar e registrar é um compromisso com a eternidade. A História e a Arte são, juntas, a própria eternidade. A Geleia Total se engrandece ainda mais ao marcar, para sempre, a nossa história e a nossa cultura com seus registros e o trabalho grandioso de divulgar os artistas piauienses. Avante!

  3. O trabalho da geléia total tem um compromisso com a excelência,a posteridade só terá muito que agradecer por essa iniciativa de valor imensurável,resgatar e preservar a arte e a história é preservar a passagem do homem pela terra,continuem com essa sede de proteção ao nosso patrimônio,como artista e colecionador de arte,só posso dizer Obrigado,na fala de uma palavra melhor

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