Lizandro: poeta e slammer de Santa Cruz dos Milagres

Lizandro é natural de Santa Cruz dos Milagres, município piauiense, mas radicado em Teresina desde os 15 anos de idade. Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Piauí, e estudante do curso técnico em Teatro pela Escola Gomes Campos, é poeta e slammer. Já participou de 6 competições de Slam, garantindo-lhe 5 premiações, entre elas estão: o Slam do Sesc Cajuína e o Slam Piauí, que garantiu sua ida para o Campeonato Nacional de Poesia Falada – SLAM BR, chegando até a final e representando o Piauí. Além disso, participou do segundo e terceiro encontro do Slam do Coletivo Sueli Rodrigues. Lizandro já tem um livro publicado, intitulado “Paisagens de Dentro”, lançado em 2022 pela editora Frutificando, e é organizador da primeira antologia de poetas slammers do Piauí.

Foto: Ana Candida

“O rôle de recitar é para que as pessoas que eu conheço, e que não sabem ler, consigam acessar a poesia.”

 

Nome Completo: Lizandro Silva de Assis

Descrição: Poeta, Escritor e Slammer

Local de Nascimento: Santa Cruz dos Milagres-PI

Escrito por: Alisson Carvalho

Eu acredito na liberdade.
De ver crianças brincando na rua no fim da tarde. 
Esperando o pai que volta; e 
não carregando nas costas a 
responsabilidade de 
ser pai aos seis. 
Eu fui, sem querer.
Mas eu 
ainda acredito na liberdade. 
Apesar do tamanho da cidade; 
e a impossibilidade de ir ao centro – do 
sentimento. 
Eu 
optei por esperar 
meu irmão mais novo crescer, 
tendo mais oportunidades 
e menos desvantagens que eu pra viver. 
Eu não fui o melhor pai, mas 
fui o que eu podia ser.
Eu acredito na liberdade 
enquanto um processo 
– pelo menos pra mim –, 
tendo em vista a dificuldade de acesso da minha mãe à 
ascensão social. 
Eu acreditei nessa igualdade; 
me puseram numa universidade; 
mesmo sendo em desvantagens e 
disseram que eu venci, 
tendo em vista a minha posição. 
Me falaram de equidade. 
Mas 
quase todos os professores 
tinham a mesma cor dos covardes que, 
anteriormente, nos
escravizavam nessa nação. 
Eu acredito na liberdade sim. 
Pois não fui o primeiro. 
Vieram outras antes de mim.
Então, se me puseram no topo 
– sendo eu um dos únicos negros presentes em sala de aula – 
e ainda é o meu povo que morre e ocupa a base da sociedade. 
Eu sinto muito, mas 
ainda não significa que eu venci.

 

Foto: Ana Candida

O filho da Maria Noêmia quer ser poeta!

Lizandro, neto de vaqueiro e de professora, viveu até os 9 anos de idade na terra natal, mas depois foi morar em São Miguel da Baixa Grande, onde residiu até os seus 15 anos de idade. Começou a se interessar pela poesia graças ao hip-hop, quando ainda nem conhecia o significado das palavras, antes de dominar a leitura. Lizandro conta que seria o próximo vaqueiro da família e que acompanhava o avô em seus trajetos; era nesses percursos que ele fazia rimas improvisadas que logo eram esquecidas, mas que despertavam a sua criatividade. Além disso, ele decorava trechos das canções de Rap, Repente e do Samba para declamar, o que fez com que tentasse experimentar seus primeiros versos. Ainda na infância, com apenas 11 anos de idade, já havia composto e escrito canções que falavam sobre afetos, suas paixões, seus sentimentos e sua terra. “Eu escrevia as canções e planejava para quando eu comprasse o violão as transformasse em músicas de fato, pois teriam melodia. Coisa que só aconteceu quando completei 13 anos, foi quando comprei meu violão trabalhando com meu avô.” Na escola, apesar da descrença de uma das professoras, Lizandro continuou insistindo e escrevendo poesia. Conhecido como o filho da merendeira, ele passava o tempo livre escondido na biblioteca se debruçando sobre os livros de poesias, e sua mãe foi fundamental para despertar esse interesse, já que ela aproveitava os livros que seriam descartados e os levava para o filho, fazendo por seus filhos tudo o que podia fazer, desejando que eles se concentrassem nos estudos, pois ela começou a trabalhar aos dez anos de idade.

 

“O brilho incomparável dos teus olhos que refletem o mar, que não tem luz própria, pois reflete o luar que por sua vez também não tem luz própria, pois reflete o sol, que tem luz própria, mas tenta evitar o brilho incomparável dos teus olhos.”

 

Foto Davyson Lima

Lizandro: os Heterónimos de Liz

“Eu gostava de ler antologias porque às vezes eu ia ler Machado de Assis e conhecia Cecília Meireles, depois conhecia Chacal, em seguida conhecia Ferreira Gullar. Até que eu já tinha lido tudo da escola e fui para a única biblioteca da cidade, onde conheci os livros de Fernando Pessoa.”

 

Ainda no ensino fundamental, Lizandro tem contato com Fernando Pessoa e se aprofunda na poesia do poeta. Entretanto, sua verdadeira paixão acontece pelos heterônimos de Fernando Pessoa. Seu fascínio pela variedade da poesia e da escrita fez com que desejasse que todos na cidade conhecessem aquelas poesias. Não se sabe se por conta dessa admiração, mas ao longo desse período, Lizandro foi percebendo que algumas de suas poesias tinham características diferentes, então foram surgindo seus próprios heterônimos: Alexandre Faustini, Júlio Danúbio, Jorge Gaspar e Felipe Assumpção. Cada um trazendo seus próprios traços, por exemplo, Júlio Danúbio, que é um melancólico, um romântico meloso e que para Lizandro é extremamente chato; já Jorge Gaspar é o que mais agrada ao poeta, pois é o que mais se parece com o próprio Lizandro, é o que fala de temas ligados à natureza; Alexandre Faustini já é mais ligado à urbanidade, com uma linguagem mais desprendida; e tem o Felipe Assumpção, que é completamente diferente dos outros heterônimos, pois é mais religioso e supersticioso, além de ser o heterônimo que Lizandro menos conhece.

Ouçam, irmãs,
Nasceu mais uma rosa no asfalto
O seu nome não sabemos
Da sua origem
Pouco conhecemos
É daquelas que
só nascem entre becos, calçadas e vielas
Rosa preta: nem alva e nem amarela
Rosa alvo:
Pra nascer e sobreviver
no asfalto
tem que ser no mínimo ÁGIL
Sua expectativa de vida?
Entre 25 anos e 23 minutos
Vai depender da sua sorte ou do seu teor de melanina
Sim, irmãs
Trezentos e oitenta e oito ano se passaram
e nenhum problema resolvido,
sequer colocado
O mesmo cansaço pra quem sonha acordado
E as mesmas demandas pra quem sonha acordado
Memórias de um passado negro
E sim, do modo mais pejorativo
Apagaram as luzes pra mim
Não me reconheço desde que nasci
E na porta da universidade
eles sempre se perguntam
como eu ainda me mantenho VIVO…
Preso à minha classe
E a mais alguns estereótipos e preconceitos,
Vou de branco pela rua cinzenta,
me esquivando
pois ontem mataram mais um menor da pele PRETA
Pele negra, cor de jaspe,
E eles julgam até a galinha preta que carrego na mão.
Mas pra VOCÊS
sangue negro é necessário, né não?
Pra prover prosperidade?
Porque só isso pra explicar os mais de 500 anos de atrocidades contra o meu povo
Mas pera lá, eu devolvo
Porque
quando criança me ensinaram que
a vingança enegrece a alma
E desde que tornei-me negro
que eles me pedem calma…
Mas pera lá
Calma não
Esse ódio provem da sua violação contra o meu corpo
Fricção inter-etnica: assassinaram a minha cultura e o meu povo
E já pensou se eu morresse antes de ensinar ao meu irmão mais novo o que eu nunca aprendi?
Mas
como Sankofa voltei atrás
Pra recuperar as memórias – que eles deixaram cair
Tentaram me derrubar,
Me exterminar em praça pública mas
Por Dandara, Marielli, Janaína, Esperança e Sueli
Eu resisti.
Foto Aguinaldo Ferry

Lizandro: o Slam, um lugar de cura

“O que é o Slam? Pega o sarau, agora tira os brancos… Brincadeira. É como se fosse sofredores anônimos, lá todo mundo vai te ouvir. No sarau você vai recitar e no slam você vai ouvir.”

 

Portanto, o Slam é um espaço de sociabilidade de compartilhamento de vivências, expurgação das dores, acolhimento de todos, um local de educação que tem uma pedagogia bem específica onde você aprende pela oralidade.

“A batalha é como um terreiro, sempre que você sai da batalha você sai melhor do que quando você chegou, pode estar morrendo, mas sai da batalha feliz, realizado. Agora o slam é como um hospital, pois quando sou poeta sou uma espécie de enfermeiro no sentido de ir lá para falar a palavra tocar na ferida, dói, mas serve para fazer a ferida sarar e eu ou outros poetas somos enfermeiros nesse sentido. Porém, na maior parte do tempo eu não sou enfermeiro, eu sou paciente.”

Para Lizando, o Slam é um espaço que tem muita gente machucada, que se sente acolhida, às vezes chora, não por se sentir açoitado, mas escutado, respeitado, compreendido. Dessa forma, todo o espaço serve como uma plataforma para mostrar que ali cada voz é acolhida.

“Você pode se identificar com a fala do outro, como a poesia do K’Allê que diz assim: ‘abaixa o som que a palavra é sagrada e aqui a poesia sangrada, porque essa aqui eu escrevi com o sangue do menor que a PM desarmou na minha calçada.’ Ninguém tinha coragem de falar isso, o Slam é político.”

 

Eu queria dizer que a poesia me salvou
Eu queria dizer que a poesia me salvou, 
mas infelizmente não posso
Porque poesia não enche barriga.
Enche a cabeça de sonhos, 
mas é fato: não enche barriga.
E quem disser que enche 
mente
Vamos ser realistas?
Eu queria dizer que 
quando saio de casa,
sempre sinto medo
E quando estou em casa,
não me sinto em casa
Porque o diabo aluga minha mente 
e não paga o aluguel há muito tempo 
Eu queria dizer que
às vezes me sinto abandonado pela poesia 
Se pensam que aqui, tudo que for dito vai ser 
pego de aprendizado 
pra nunca esquecermos e levarmos pra casa,
não se enganem…
Porque o diabo aluga a sua mente 
E o safado é branco, não paga!
Podem passar 300 anos,
Ele finge que esqueceu 
e ainda toma tua casa
Eu queria dizer que a resistência é minha essência 
De quem nasce do barro…
Como Nanã…
Mas eu tô tão cansado que
pra falar a verdade, eu nem sei quem é Nanã 
Porque me apagaram a memória 
Fizeram do meu corpo uma poesia triste esquecida no meio da história 
Mas eu queria dizer que:
sei de muita coisa sobre os outros 
e de mim não sei nada.
E me espelhar no corpo do “outro”,
sendo ele branco 
é um pouco – 
não, muito desconfortável. 
Uma vida desconfortável, 
Um corpo desconfortável, 
Se poesia enchesse barriga de fato, é certo: eu já estaria salvo
Mas 
passei despercebido a vida inteira 
e hoje eles só me percebem como alvo
Mas eu queria dizer que
quando negros se reúnem no quilombo – tendo poesia ou não – há mais possibilidade de sermos salvos
Quando negros repassam a ciência antiga 
há mais possibilidade de sermos salvos 
(Se não me apresentaram o sentimento, não há como entender a poesia)
Então, eu queria dizer que
Quem militou em prol da minha ascenção 
E morreu pela causa
Não foi salvo pela poesia 
Desculpa te decepcionar dessa forma que pode soar um tanto fria, mas
No caminho de Afrika pra cá 
Negros naufragaram aos montes
E eles tinham uma filosofia 
De valorizar o sentimento dos seres vivos 
Então, eu posso estar errado
mas
Quando não valorizaram o meu sentimento, 
eu escrevi essa poesia.
Foto Davyson Lima

Lizandro: poesia é ancestralidade 

“Antes, eu era parabenizado por conseguir esconder meus sentimentos, e agora sou parabenizado por conseguir falar sobre o que sinto.” As maiores inspirações para Lizandro são as pessoas de sua família, seus afetos e vivências pessoais. Ele destaca a importância de sua avó, que foi sua primeira professora e lhe ensinou todos os valores, assim como de sua mãe, que começou a trabalhar muito cedo e fazia de tudo para incentivar os filhos. “Por muito tempo, fui ensinado a acreditar que a poesia escrita, do livro, era poesia de verdade e a falada não é poesia, mas quando vou para o slam, isso muda. Poesia é ancestralidade, não são apenas palavras escritas; a poesia é o corpo.”

Para o poeta, a poesia tem um nascimento demorado, não surge do nada, não existe uma receita para fazê-la, já que além da técnica, há a inspiração, que pode surgir espontaneamente ou ser provocada. No entanto, é algo pessoal; cada slammer tem seu processo e seu tempo de construção de poesia. @2izandro conta que há poesias suas que demoram até dois meses para serem criadas.

Para ele, não há como planejar, mas quando surge a ideia, Lizandro vai anotando suas ideias e guardando-as até chegar o momento de se debruçar sobre elas e transformá-las em poesia. Nesse sentido, as poesias seguem o ritmo de seus sentimentos, podendo mudar a temática, já que o fluxo de pensamento nem sempre permanece linear, dando dinamismo às suas criações.Eu abraço o diabo todos os dias

 

Pois os meus amigos brancos que são…
Se quem cultiva a ideia de progresso, ignorando a problemática que há na hierarquização dos saberes 
Eu abraço o diabo todos os dias…
Pois 
a estrutura deste lugar 
antes denominado “Pindorama” e chamado 
de casa pelos meus irmãos 
Após a dita “colonização” virou uma máquina de moer preto…
E os meus amigos brancos 
o chamam de “nação”…
Eu abraço o diabo todos os dias
Pois 
os homens que me “permitiram” ocupar esse espaço me deram antes UMA condição…
que vestisse roupas sociais
_
Tradução = Roupas de branco
P’ra que houvesse mais “aceitação”
Eu abraço o diabo todos os dias
Pois guardo comigo a concepção de que quem ganha a luta antes de lutar 
com certeza trapaceou
E esses homens brancos que sequer me permitiram entrar na luta,
Amordaçaram a minha boca, 
Amarraram os meus braços e as minhas pernas
(Só desataram quando foi conveniente)
São os mesmos amigos brancos que ontem
disseram entender a minha dor
Eu abraço o diabo todos os dias
Pois, 
os que tinham uma dívida com o meu povo
acham que me fizeram um favor
só por não me açoitarem de novo 
em praça pública 
mas na universidade pública relativizaram a minha dor
E quando 
manifestei a minha revolta
Me chamaram de opressor 
E quando 
ri achando que era piada
– porque esse porra não faz sentido!–
Esse mesmo amigo branco 
linchou
todos os negros da turma…
Foto: Ana Candida

Lizandro: Nós Por Nós

A poesia de Lizandro sempre parte de dentro para fora, começando com seus sentimentos e analisando o ambiente ao seu redor. E essa forma de construir poesia foi adquirida ao longo dos anos lendo muitos poetas, mas principalmente vendo muitos poetas se apresentarem pela internet como o Lucas Koka, o Felipe Marinho, a Gabz, a King, entre outros. Posteriormente, conhecendo o Slam Nós Por Nós, que é um campeonato construído majoritariamente por jovens negros, indígenas e periféricos. Nesse espaço Lizandro começou a admirar os poetas que ia conhecendo, se aproximando e criando raízes até fazer parte do coletivo.

No Slam Nós Por Nós os jovens podem se sentir acolhidos e escutados, demonstrar afetos e recitar todas as suas dores, mas também os seus sonhos e desejos. E, segundo o poeta, a ideia agora é expandir os Slams pelo Piauí para conseguir levar mais representantes do estado para a nacional, pois lá os poetas dialogam e aprendem muito escutando outros slammers.

 

Eu queria contar uma história romântica 
Algo do tipo reviravolta tipo a trama da história da do filme da Cinderela 
Mas…
Da minha janela 
Vejo matarem meu povo
Aos poucos…
Aos muitos…
Pra 
quem entende estatística: a cada 23 minutos. 
Se eu saio de casa com um guarda chuva,
Corro o risco de não aparecer de volta…
Apreensiva e médium 
a minha mãe, 
ela espera na porta
Pra 
se eu chegar cansado…
E na esperança de eu ter adquirido no máximo um resfriado 
Sim, um resfriado
É melhor que bala nas costas
Parado na viatura, tomando uma dura,
frustrado,
tratado feito bosta
Calma, senhor 
Eu sou só um estudante 
Da federal
“Calma”
– Só tava andando apressado pra ver se não chego atrasado pra comemoração de natal, 
em casa
com a minha mãe
Auxiliar de serviços gerais 
Comemora e agradesce a dádiva de ter tido mais de 15 natais com seus três filhos vivos
E isso de estar vivo é outra história 
Eu posso te assegurar de que a minha mãe 
é a única pessoa pra quem eu ainda minto
Porque se eu não mentir, muito provavelmente ela chora
Ela pensa que estou bem
Quando digo que estou bem
E acha que estou vivo quando olha pro meu corpo
Mas…
Se ainda me visse despido 
e a quantidade de feridas abertas 
certamente já saberia o quanto estou… MORTO 
Mas imagina aí, se eu começar a só falar a verdade 
Chego em casa e falo, “mãe, hoje eu fui açoitado”
Correndo o risco de desbloquear alguns dos dos seus traumas do passado 
Mulher preta, pobre e desacreditada 
Ela sabe 
Desconfiada
Ela sabe
Revoltada
Ela já foi
Cansada
Ela é 
Desde que se entende por gente
Tem plantado bons frutos num solo não fértil 
Pra gerar três filhos conscientes,
Independentes,
Valentes.
Iguais a ela
Fortes…
Iguais a ela
Cansados…
Iguais a ela…
Eu tenho tentado quebrar esse ciclo há três gerações 
Minha avó me falou desse afeto em histórias, memórias, canções 
Eu disse:
“Vó, eu te amo”
Depois de muito tempo ela entendeu
Eu disse:
“Vó, eu te amo!”
Ela respondeu…
Como quem não soubesse muito sobre o que é o “amor”
Eu fiquei revoltado porque mesmo sem saber ela me ensinou
A primeira professora da família 
A primeira filha 
Sem expectativa 
Minha mulher maravilha
É preta e ainda é minha amiga
Ela é quem me motiva
A querer mais mais falar sobre afeto na poesia
Pensando em utopia
E almejando um dia não ter medo do escuro 
Erguendo resistência pra quebrar esse muro entre nós 
Juro que vou gritar coisas de afeto, pretos,
Ouçam a minha voz
Palavras de esperança 
Ensinemos nossas crianças a viver como crianças 
Cultivemos afeto…
pra deixar como herança.
Foto: Ana Candida

Uma rede de criação de poesias

A poesia exige muito do criador, principalmente da poesia falada, pois há uma responsabilidade no Slam que é não reproduzir violências, já que o slammer tem que pensar em quem está assistindo a apresentação. Dessa forma, Lizandro alerta sobre o papel do poeta diante do público que já está lá aberto para escutar, além disso no Slam o poeta se entrega de corpo e alma saindo, muitas vezes, esgotado. As apresentações exigem uma entrega, uma performance, uma interpretação de todos os sentimentos vivenciados.

Lizandro frisa sobre a importância de permanecer no Slam, já que assim como ele foi inspirado por outros, sua poesia também pode inspirar novos poetas.

“O Slam salva vidas e, às vezes, eu consigo viver por causa da poesia.”

Contatos

Instagram.com/2izandro/

Editorafrutificando.com.br/paisagens-de-dentro

Fotos

Vídeo

 

Livros

Paisagens de Dentro (2022).

Outras fontes

https://www.geleiatotal.com.br/2023/09/23/slam-nos-por-nos-1-campeonato/

1ª edição da FLICAJU, a Festa Literária do Sesc Cajuína, começa na próxima quinta (25)

 

Última atualização: 08/04/2024

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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