SINOPSE: Uma tragédia afastou para sempre Bruno de seu irmão Mateus. Sem seu melhor amigo e confidente, ele se prende a lembranças e tenta superar o luto. Entre angústias e o crescimento pessoal, ele precisará definir do que é possível abrir mão em nome da felicidade, mesmo que isso represente viver de um modo que seus pais podem ou não aceitar. Enquanto define o que deseja de seu futuro, Bruno irá descobrir que nossas existências são feitas de momentos e que cada um deles é um aprendizado nesse caminho longo chamado de vida.
Bruno inicia a narrativa ainda no fim da adolescência, com todos os seus medos e incertezas. No decorrer do livro, acompanhamos o seu amadurecimento forçado, devido a todas as coisas ruins que acontecem pelo seu caminho, especialmente a perda de seu irmão, única pessoa que o entendia e aceitava por completo.
“Cada escolha leva a um lugar diferente ou até ao mesmo destino, entretanto, a trilha percorrida pode ser mais ou menos conturbada. O acesso pode ser tranquilo ou cheio de obstáculos.”
Muito mais do que um clichê adolescente sobre perdas e amores, a partir da história dessas personagens o autor nos faz refletir sobre assuntos diversos e importantes, como o modo como nossa sociedade é organizada em uma matriz heteronormativa e como aqueles que fogem a essa lógica são violentados, muitas vezes até mesmo pela família. Como no trecho a seguir, onde a personagem questiona o motivo de pessoas LGBTQIA+ terem de se assumir (o que, por vezes é bastante doloroso), enquanto pessoas heterossexuais não precisam fazer isso:
“Por que é que eu tenho que passar por isso? Por que precisa haver um momento específico na vida no qual eu tenho que contar ao mundo como sou? Por que não posso simplesmente ser? Nem você nem qualquer outra pessoa heterossexual precisou passar por isso.”
A obra é também retrata o perdão, a si mesmo e àqueles que muitas vezes nos magoam por não saberem como lidar com certas situações. É também sobre o amor próprio, sobre se descobrir suficiente para si mesmo:
“Por muito tempo, eu vivera achando que precisava encontrar alguém para me completar, mas ali, naquele quarto de hotel, tive a certeza de que não precisava disso. Se fosse para encontrar alguém, essa pessoa devia me transbordar, pois eu já era completo sozinho.”
Caminho Longo foi a primeira obra que li do Vinicius. A escrita do autor é bastante fácil e a história te prende. O livro possui diversas passagens que nos levam à reflexão sobre nossa própria vida. A você que pretende percorrer esse caminho longo (Ok, não resisti), eu digo: prepare-se, ele é cheio de curvas que vão te trazer lágrimas, assim como todo bom drama, mas também vão te proporcionar um quentinho no coração.
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