Umbigança, a série artística de Línea

Foto Poliana Oliveira

Aline Guimarães, mais conhecida como Línea, lançou em fevereiro de 2022 uma série de trabalhos artísticos que tinha iniciado ainda em 2020. Com uma temática voltada para a ancestralidade utilizando elementos das danças afrobrasileiras e materiais como a tinta natural, o trabalho traz no título a grande chave para entender que ao olharmos para o umbigo estamos olhando para nós mesmos e, consequentemente, para a nossa cultura. Portanto, Línea vai usar o umbigo como um símbolo da conexão com a nossa história e também como continuidade dessa tradição.

“A série é composta por trabalhos, prontos e ainda em produção, em lona (e a partir de agora, também em vídeo) com a utilização de geotinta – tinta feita a partir de terra e aglutinantes, carvão, linha e dança.”

Segundo a artista, a pesquisa se iniciou quando participou de uma oficina de danças afrobrasileiras intitulada “Diálogumbigança”, oferecida pelo grupo Afoxá. Nesse momento os participantes foram provocados a pensar no umbigo e nas relações que fazemos a partir dele com o espaço, a sua importância como centro do corpo e todas as simbologias carregadas. A partir disso as imagens de dança foram se formando na cabeça da artista e form surgindo algumas ideias. “Conectei essas provocações à pesquisa que eu já estava trabalhando, sobre pigmentos naturais e feitura de geotinta, agregando às simbologias afro sobre a relação que temos com a terra, além de utilizar outros elementos como o carvão e a linha”, explica.

Foto Poliana Oliveira

Segundo a artista, o processo de criação ainda está em andamento, pois ela sente que ainda existe muito o que abordar sobre esse assunto do umbigo, das danças afrobrasileiras, da terra como elemento de criação e sobre território. A pesquisa, que se desenvolveu nas pinturas ganhou outras formas de expressões, passando pelo vídeo e a dança esteve presente em todas as etapas da criação.

“Estou desenvolvendo uma performance que está muito relacionada à Umbigança, que na verdade é uma continuidade do que venho trabalhando nas minhas pesquisas em geral”, completa.

A artista começou a pesquisar nas artes visuais no projeto Redemoinho de dança, em 2017, e desde então tem dado continuidade agregando temas da sua vivência com a espiritualidade, consciência racial e feitura de tinta de terra.

Foto Poliana Oliveira


Sobre a artista

Aline Guimarães, Línea, é uma multiartista natural de Teresina-Piauí. Seu trabalho é atravessado pelas experiências em dança, especialmente em danças afro-brasileiras e contemporâneas, além das suas vivências no terreiro. Ela se expressa através da pintura, escrita, ilustração, graffiti e performance, além das narrativas da cultura popular nordestina afro referenciada, no que diz respeito às suas memórias de família, às festividades e brincadeiras populares, e o viver em comunidade. Atualmente ela está cursando Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí, além disso ela é educadora e participante do Projeto Redemoinho de Dança, que ocorre em Teresina.

Foto Poliana Oliveira

Ficha técnica

Criação e Idealização: Aline Guimarães
Produção: Érica Santos
Fotografia e montagem: Poliana Oliveira
Participação especial: Ana Cláudia Guimarães
Colaboração: Malcom Jefferson
Criação do Site: Gil Camelo

Site: https://lineguimaraes.com.br/

Instagram: Instagram.com/lineaaaa_/

Essa iniciativa é contemplada com o Prêmio Maria da Inglaterra, apoiada pela lei de emergência cultural Aldir Blanc 2020, promovido pela Secult PI.

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