Entre o teatro e o cinema de Flávio Guedes

O ator, diretor e cineasta Flávio Guedes é natural de Oeiras, município piauiense. Formado em Pedagogia pela Universidade Federal do Piauí, além disso fez especialização em Arte educação pela URCA. Estudou na Escola de atores Wolf Maya, fez parte do Grupo de Teatro Hypócritas e atualmente é ator no grupo teatral pbc. Flávio Guedes participou das peças “O 24 de Janeiro” (1997), “O Santo Inquérito” (2001), “As Mãos de Eurídice” (2003), entre outras. Foi diretor nas peças “O Santo Inquérito”, “Nos Domínios de Lúcifer”, “A Lenda da Serra Do Vigário”, entre outras. Como ator ganhou diversos prêmios como “Melhor Ator” em festivais não só do Piauí como de outros Estados. Já no cinema Flávio montou trabalhos como: “Senhora dos Remédios” (2011), “Diana” (2013), “A Partida” (2013), “Espelho” (2014), “Amarras” (2015), “Eita Píula – A Lenda do Cachorro Preto” (2016), “O Pescador e o Rio” (2017).

“As artes são um meio de libertação. É como o ar que respiro.” Flávio Guedes

Nome Completo: Flávio Guedes Barbosa

Descrição: ator, diretor e cineasta de Oeiras

Data de Nascimento: 08/12/1979

Local de Nascimento: Oeiras, Piauí

Escrito por: Alisson Carvalho
Revisado por: Paulo Narley

Quando já existe a semente da arte

A arte já era presente no ambiente familiar de Flávio Guedes que cresce com muitas referências, as suas primeiras provocações no campo das artes pode-se dizer que aconteceram pela ligação da sua família com a música, pois o pai e os irmãos eram da área musical, compondo a sua própria banda. Contudo, foi o teatro que atraiu os olhares do artista e essa paixão foi despertada na escola quando ele fazia a oitava série do ensino fundamental, foi nesse período que surgiu a oportunidade de montar a peça sobre a lenda do Cabeça de Cuia. Foi nesse momento que a emente do teatro foi plantada em Flávio. E ainda morando em Oeiras ele participou da comemoração do dia 24 de janeiro que é o momento de recordar a adesão do Piauí à Independência do Brasil e fidelidade a Dom Pedro I (1823). Nessa ocasião cidade recebeu uma oficina de teatro na qual atrai a atenção de Flavio que ingressa e com um ano de vivência teatral e selecionado para compor o elenco da peça “O 24 de Janeiro” (1997) ficando com o papel de protagonista. A peça chegou a circular por algumas cidades possibilitando conhecer algumas realidades por meio do teatro.

As raízes no teatro

Em 1998 Flávio Guedes se muda para Picos, município piauiense, pois o seu pai é transferido no emprego. Lá na cidade ele já ingressa em uma oficina de teatro ministrada pela atriz Lorena Campelo culminando na montagem da peça “Os Sete Pecados Capitais” que permitiu ao ator conhecer os artistas da cidade interagir com os atores, posteriormente o diretor da peça, Sávio Barão, convida Flávio para a peça “Morte e Vida Severina” e o elenco faz um percurso por diversas cidades piauienses, cearenses e pernambucanas com a montagem. A peça conquista muitas premiações em vários festivais por onde passa e Flávio ganha diversas premiações de melhor intérprete com essa peça que teve um ciclo de vida bem longo, sendo apresentada por mais de dez anos. “Morte e Vida Severina foi uma das peças mais marcantes para mim, pois foi a peça que mais longínqua. E esse personagem marca muito porque é uma história muito nordestina, muito raiz e deu muito prazer de fazer.”

O exercício de modelar a inspiração

Foi na montagem da peça “O Santo Inquérito” que Flávio Guedes atuou pela primeira vez como diretor, além de atuar também. Segundo o artista, essa é uma das peças marcantes, além do “Morte e Vida Severina”, “As Mão de Eurídice” e “O Rinoceronte”. Como ator Flávio Guedes conta que o seu processo de criação era algo bem rígido para apreender as informações pesquisadas e traduzir tudo isso no corpo, na voz e no psicológico.

No cinema ele conta que o eu processo começava na feitura do roteiro e ele confessa que gosta de contar a próprias histórias, criando as personagens e enquadramento da imagem. Com isso há uma pesquisa bem cuidadosa sobre o contexto histórico e detalhes sobre o que se quer transmitir com o filme. Para o artista o processo mais empolgante da construção de um filme acontece na decupagem. “A arte está na minha vida como um admirador, como um consumidor e como um realizador.” Flávio Guedes

As primeiras experiências no audiovisual

Flávio Guedes inicia no audiovisual de maneira espontânea, sem ter grandes pretensões. E ele conta que quando se mudou para Teresina, depois de passar em um concurso público, ele estava andando por um dos shoppings da cidade e nesse trajeto viu uma filmadora exposta na vitrine, então ele adquiriu o produto já imaginando que poderia utilizar a câmera para filmar as suas criações. Com isso, Flávio começa a expressar suas ideias por meio dos roteiros e desenvolver essas criações em Picos, que era onde estavam grande parte dos amigos e a família, além de ser o local que ele tinha construído grande parte de sua carreira teatral. O seu primeiro curto se chama “Senhora dos Remédios” (2011) e o filme foi feito pela força de vontade da equipe que não tinha recursos, mas que mobilizou todos os envolvidos e a cidade. O filme é o primeiro filme produzido na cidade e pelas pessoas da cidade. Contudo grande parte do filme, que estava armazenado nos pertences de Flávio, foi furtado em um assalto perto da estreia da obra. Mesmo assim o grupo conseguiu utilizar o que sobrou do material e refilmar algumas partes. Apesar do imprevisto o filme “Senhora dos Remédios” conseguiu ser estreado. Flávio Guedes é um cineasta que gosta de contar as histórias de seu próprio corpo, as histórias do povo nordestino e depois dessa experiência ele continuou estudando e produzindo outros trabalhos.

O fazer artístico

Nos últimos anos Flavio Guedes tem se dedicado mais ao audiovisual, a sua forma de montagem dos filmes acontece dividida, pois primeiro ele estrutura todo o roteiro e as cenas para quando chegar ao Piauí começar as gravações. Para o criador, há uma rigidez maior na hora de gravar as cenas dos filmes do que a apresentação de uma peça teatral, pois o teatro permite uma experimentação maior, inclusive permitindo até a fuga dos estereótipos de personagens. Segundo Flávio Guedes, as suas memórias sobre obras de arte estão fincadas mais nas telenovelas e nos filmes norte-americanos, embora ele não tenha se prendido ao que assistiu para as suas criações. O artista, além de usar o mundo e o cotidiano como um grande laboratório para as suas representações, gosta mesmo de experimentar e com isso abordar as narrativas da sua cultura, por isso o seu novo trabalho (com previsão para 2020) tem como finalidade mostrar a personagem Esperança Garcia. “As artes são um meio de libertação. É como o ar que respiro”, pontua.

Contatos

Facebook.com/oeiras.guedes/

Instagram.com/flaviooguedes/

Youtube.com/flavioguedes

Fotos

Vídeo

Edith: https://www.youtube.com/watch?v=tJBsXj29Q2s&t=7s

Curta Metragem A Partida: https://www.youtube.com/watch?v=YF1Ww-mcyoY&t=73s

Curta Metragem O Sonho de Filismino: https://www.youtube.com/watch?v=NYO1ca7m5-8

Média Metragem Eita Píula: https://www.youtube.com/watch?v=7tbJZVeXQHs&t=522s

Longa Metragem O Pescador e o Rio: https://www.youtube.com/watch?v=drAF2zb8H9o&t=1021s

Teatro

Como ator

O 24 de Janeiro (1998);

Morte e Vida Severina;

O Santo Inquérito (2001);

As Mão de Eurídice;

Esta Noite Choveu Prata;

Se Meu Ponto G Falasse;

A Paixão de Cristo;

Feliz Ano Novo;

O Rinoceronte.

Como diretor

O Santo Inquérito;

Nos Domínios de Lúcifer;

A Lenda da Serra Do Vigário;

A Lenda do Cachorro Preto;

A Bruxinha que Era Boa;

Pluft – O Fantasminha;

Prêmios no Teatro:

Melhor Ator – Festivais de Teatro de Oeiras, Picos, Simões e Fronteiras (No Piauí), Nascente (Pernambuco) e Campos Sales (Ceará);

Melhor Ator de Monólogo no Festival de Nascente (Pernambuco).

Filmes

Senhora dos Remédios – 2011;

Diana – 2013;

A Partida – 2013 (Exibido na Mostra Paralela do Festival Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões);

O Sonho de Filismino – 2013 (Recebeu 8 indicações no X Festival de Cinema e Vídeos dos Sertões, dentre as quais, melhor direção, sendo premiado na categoria de Melhor Sonoplasta);

Edith – 2013 (Selecionado para a IV Mostra Internacional Curta o Gênero, com exibição em Fortaleza e itinerância na Argentina, Chile e Portugal; I Mostra Formiga de Cinema Independente na região do Vale do Paraíba/SP, I Mostra Trilhos de Cinema Independente, em MG; Parada de Cinema, de Teresina, com exibição no Theatro 4 de Setembro);

Espelho – 2014 (Exibido no Festival Nacional de Cinema e Vídeos dos Serões, na mostra paralela, e premiado como melhor direção (Flávio Guedes, e melhor atriz(Gabriela Leôncio) no I Festival de Cinema do Vale do Guaribas);

Amarras, 2015 (Exibido na I Mostra Formiga de Cinema Independente, na região do Vale do Paraíba/SP);

Linhas Tortas – 2015;

Eita Píula – A Lenda do Cachorro Preto – 2016 (Exibição na Rede Multicine de Cinemas);

O Pescador e o Rio (Inspirada na Lenda do Cabeça de Cuia) – 2017 (Exibição na Rede Multicine de Cinemas, e na Sessão Com Debate dos Cinemas Teresina do Teresina Shopping);

Eita Píula – O Caso da Botija de Ouro – 2018 (Exibido na rede Multicine de Cinemas).

 

Outras fontes

https://www.cidadesemfoco.com/o-ator-e-diretor-flavio-guedes-luz-no-cinema-picoense/

https://cidadeverde.com/noticias/381164/em-picos-cineasta-flavio-guedes-fala-de-novas-producoes

Última atualização: 21/09/2020

 

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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